Você sabe o que é um jazigo? Gostaria de saber sobre jazigos um pouco mais? Como funciona e quanto custa um jazigo? Onde ficam e quais são os diferentes tipos de jazigos? Com este texto, buscamos esclarecer dúvidas que podem existir em relação a este conceito importante para os costumes e práticas funerárias.
Resumimos para você o que é mais importante saber sobre jazigos:
Os jazigos são espaços construídos em cemitérios para receber os corpos, guardados em caixões, após a morte de uma pessoa. Correspondem aos lugares das sepulturas, ou seja, dos túmulos para o sepultamento do corpo. Os jazigos são, assim, as construções que servem para guardar, com todo respeito e cuidado, o corpo sepultado e a memória da passagem de nosso ente querido por este mundo.
Quanto custa um jazigo?
O valor da aquisição do direito de uso de um jazigo familiar depende de vários fatores, o que gera sempre o questionamento a respeito de quanto custa um jazigo. As variáveis mais importantes são o local (cidade e região), o tipo do cemitério (público ou privado) e o tamanho do jazigo (número de gavetas).
Na cidade de São Paulo, o custo de um jazigo pode variar de R$ 7.000,00 a valores superiores a R$ 50.000,00 em cemitérios particulares. Surpreendentemente, o custo de um jazigo em cemitério público é até maior que nos cemitérios particulares, a partir de cerca de R$15.000,00. Para concluir o cálculo de quanto custa um jazigo é importante levar em conta outra diferença: ao passo que os cemitérios particulares costumam cobrar uma taxa de manutenção semestral, nos cemitérios públicos a manutenção dos mausoléus é um ônus das próprias famílias.
Quem precisa de um jazigo?
Todos nós, um dia, enfrentaremos a perda de um ente querido. Chegada a hora, será preciso dar um destino aos restos mortais da pessoa falecida. O sepultamento em jazigos é a forma mais comum e tradicional de honrar a memória dos que se foram. Hoje, 85% dos brasileiros preferem sepultar seus entes queridos em jazigos.
Famílias que não possuem jazigo próprio comumente acabam se utilizando da quadra geral de cemitérios públicos, alugando ou emprestando um jazigo de parentes ou amigos no momento de sepultar seu ente querido.
Tipos de jazigos
Como primeiro passo para saber sobre jazigo e entender melhor o que é um jazigo, é importante conhecer também alguns conceitos sobre tipos de jazigos e de locais de sepultamento ou homenagens.
Já ouviu falar de mausoléus, de criptas e de cenotáfios?
Mausoléus e criptas são construções fúnebres imponentes e monumentais. Alguns contam com câmaras bem amplas, carregadas de ornamentos, em que podemos ingressar. Os mausoléus são edificados sobre o solo, enquanto as criptas são subterrâneas. Já os cenotáfios são monumentos fúnebres em memória de alguém cujo corpo não jaz ali.
Temos alguns exemplos ilustres desses monumentos em São Paulo. O Obelisco do Ibirapuera é um mausoléu edificado em memória dos estudantes e soldados mortos durante a Revolução Constitucionalista de 1932. No Parque do Ipiranga, a Cripta Imperial guarda os restos mortais do primeiro imperador do Brasil, Dom Pedro I, de sua primeira esposa, a Imperatriz Leopoldina, e de sua segunda esposa, Dona Amélia de Leuchtenberg. Uma curiosidade é que a Cripta Imperial, quando construída nos anos 1950, era um cenotáfio, pois não abrigava os que hoje estão ali sepultados, tendo sido convertida em 1959 de cenotáfio a capela por decreto municipal.
Embora os jazigos possam se referir a qualquer sepulcro construído, inclusive os que se encontram em mausoléus ou criptas, quando se utiliza o termo jazigo geralmente nos referimos às construções fúnebres mais austeras, compostas por gavetas
De mausoléus a jazigos subterrâneos
Nas maiores cidades brasileiras, os cemitérios mais tradicionais costumavam ter suas sepulturas em formato de mausoléu, em alguns casos com alto valor artístico. A partir da década de 1970, como alternativa aos cemitérios históricos com seus mausoléus e sua estética fúnebre, surgiram os chamados cemitérios-jardins.
Assemelhados a parques e localizados nos subúrbios das cidades, e por isso também chamados de cemitérios-parque, esses novos cemitérios não abrigam mausoléus. Neles, as sepulturas são os jazigos subterrâneos, identificados por placas de pedra ou metal fixadas sobre o solo, em paisagem onde predomina o verde. Em contraste com os cemitérios urbanos tradicionais, os cemitérios-parque aproximam o local das homenagens das ideias de descanso, paz e tranquilidade.
Outra questão interessante é que nos cemitérios urbanos tradicionais as diferenças sociais se expressam no tamanho dos mausoléus, enquanto a estética dos cemitérios-parque é mais igualitária.
Mais recentemente, como uma alternativa à falta de espaço nas grandes cidades, surgiram também os primeiros cemitérios verticais, construídos em formato de prédios, onde os túmulos estão dispostos nas paredes.
Jazigos e Gavetas
Os jazigos são compostos de uma ou mais gavetas, sendo que cada gaveta comporta uma urna funerária ou caixão. Geralmente, tanto nos cemitérios urbanos quanto nos cemitérios-parque, os jazigos subterrâneos são construídos em três ou quatro andares, de forma que abrigam três ou quatro gavetas por coluna. Podem ainda ter uma ou mais colunas. Assim, um jazigo serve como destino e local de homenagens de várias pessoas.
Por isso falamos muitas vezes em “jazigos familiares”, capazes de abrigar toda a família, e que no Memorial Parque das Cerejeiras podem ter até oito gavetas.
Nos cemitérios verticais, em que os sepulcros estão nas paredes, os jazigos costumam ser de uma gaveta apenas.
Nas chamadas quadras gerais que existem nos cemitérios públicos do Brasil, em especial da cidade de São Paulo, não são construídos jazigos subterrâneos. Nelas os caixões são enterrados diretamente em cova rasa.
Jazigos em cemitérios públicos e particulares
Nas grandes cidades brasileiras, os cemitérios públicos normalmente são os cemitérios mais antigos e urbanos. Por isso, os jazigos em cemitérios públicos têm o formato de mausoléus.
Nos cemitérios públicos de São Paulo, as opções disponíveis para sepultamento são a compra de uma concessão de jazigo do tipo mausoléu, ou o aluguel de cova rasa em quadra geral para sepultamento por período limitado, de três anos. Após este período, a família deve retirar os restos mortais, ou seja, exumar o corpo para destiná-lo a um jazigo ou a um ossuário.
Nos cemitérios particulares, mais modernos, concebidos com base no modelo de cemitério-parque, os jazigos são subterrâneos. Esses jazigos podem ser adquiridos pelas famílias de forma permanente, o que se denomina “jazigo perpétuo”, ou alugados por prazo determinado.
Em São Paulo, é notório o contraste no padrão de manutenção dos mausoléus dos cemitérios públicos com os cemitérios particulares, onde os jazigos e os espaços comuns são normalmente bem preservados e cuidados.
Exumação do corpo e a guarda dos restos mortais
É comum no Brasil a realização da exumação três anos após o sepultamento e a transferência dos restos mortais para uma urna de ossos. O objetivo da exumação é abrir espaço no jazigo para ter a gaveta disponível para um novo sepultamento.
No caso de jazigos emprestados, alugados ou de sepultados em quadra geral de cemitérios públicos, é comum a transferência dos restos mortais para um ossuário após a realização da exumação.
Para saber mais sobre a exumação e ossuário, não deixe de conferir nossos blogs: “Exumação: O que é? O que fazer com os restos mortais?” e “O que é um Ossuário? Como funciona e quanto custa?”.
Um jazigo pode ser também um ossuário?
É possível fazer do jazigo o próprio ossuário, guardando a urna com os ossos dentro do jazigo. Em outras palavras, o jazigo pode abrigar tanto a chamada urna mortuária (o caixão com o corpo sepultado) quanto a urna ossuária (caixa menor, com os ossos após a exumação dos restos mortais).
O tamanho da gaveta de jazigo possibilita a guarda de uma urna mortuária apenas, mas de várias urnas ossuárias de menor tamanho.
Os primeiros jazigos da História
Desde a Idade da Pedra os seres humanos homenageiam os seus mortos, seja sepultando o corpo do ente querido sob o solo ou em cavernas, seja construindo monumentos fúnebres.
Uma das evidências arqueológicas mais antigas da construção de um jazigo de pedra para sepultamento data de 12 mil anos atrás! Escavações em uma caverna na localidade de Hilazon Tachtit, na região da Galileia, em Israel, revelaram um túmulo que teria sido construído para sepultar uma mulher de estatura pequena, idosa e deficiente. Vários objetos foram encontrados no jazigo, tais como dezenas de cascos de tartaruga. Os arqueólogos especulam que os rituais fúnebres e o método usado para construir e selar o jazigo sugerem que a mulher sepultada seria um xamã (sacerdote tribal).
Planejamento é o melhor caminho...
Apesar de a morte ser a única certeza da vida, não estamos preparados para perder quem amamos. Para evitar ter de lidar com as burocracias e providências necessárias na última hora, é muito importante estarmos preparados para partir ou tornar a nossa partida menos pesada e dolorosa para quem amamos. Confira em nosso blog o que você deve saber sobre este tema: “Planejamento para a morte: o que você vai deixar quando partir? Conheça nosso Guia Prático da Despedida”.
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