Tudo sobre o Dia de Finados: origem, significado e costumes em diferentes culturas.

Dia de Finados, comemorado no dia 2 de novembro, é celebrado em muitas culturas e de diferentes formas. Esse dia é também conhecido como Dia dos Mortos

O que significa a palavra finados?

Se buscarmos o significado da palavra “finados” chegamos ao verbo “finar”, que vem do latim “finis” ou seja: acabar, finalizar, encerrar. O significado gramatical de finados seria então algo que finou, findou, acabou, morreu. 

Quando aconteceu a primeira celebração do Dia de Finados?

O Dia de Finados celebrado pelo cristianismo como conhecemos hoje foi instituído pela primeira vez na França, no século X. O abade Odilo de Cluny sugeriu, no dia 2 de novembro de 998, que todos dedicassem aquela data para orar pelas almas dos que já se foram. Odilo resgatou um dos elementos principais da fé católica: a perspectiva de que boa parte das almas dos mortos está no Purgatório em um processo de purificação antes de ascender ao Paraíso e, desta maneira, precisam de nossas preces e orações.

Dia de Finados e as tradições religiosas.

Mesmo sendo conhecido como um feriado católico aqui no Brasil, o Dia de Finados não é exclusivo da religião católica. Os mortos são homenageados em um dia específico em muitas religiões.

Além da Igreja Católica, as igrejas Anglicana e Ortodoxa Oriental também celebram o Dia de Finados. 

A celebração é opcional na Igreja Anglicana, porém possui grande adesão entre os fiéis. Na Igreja Ortodoxa, além do Dia de Finados, também existem os “Sábados das Almas”, que são sete sábados por ano dedicados aos mortos.

As Igrejas Luterana, Metodista e Anglicana consideram o Dia de Finados uma continuação do Dia de Todos os Santos (dia 1º de novembro).

Tradições brasileiras no Dia de Finados.

No Brasil, o Dia de Finados é um dia de pensamentos e lembranças daqueles que partiram e de valorização da vida. Como a maior parte das escolas e negócios estão fechados neste dia, as pessoas ficam livres para celebrar em casa ou fora.

Aqui, é típico ir ao cemitério visitar o túmulo de seus entes queridos para deixar-lhes flores, cuidar do túmulo, fazer orações por eles e recordar a vida de quem já não está entre nós. Neste dia, os cemitérios geralmente ficam lotados de visitantes e também é muito comum ver pessoas indo às igrejas e celebrando missas pelas pessoas que já se foram.

Curiosidades sobre o Dia de Finados em diferentes culturas ao redor do mundo.

Cada parte do mundo celebra a data de uma maneira diferente. Alguns países, como o México, por exemplo, fazem a chamada Festa dos Mortos, que dura três dias. Já na Indonésia, acontece um ritual chamado Ma’nene, que consiste em vestir o morto com diferentes roupas. No Haiti, é muito comum ir para perto do cemitério e fazer uma batucada com grandes tambores à noite para despertar o Deus dos mortos.

Dia de Finados no Japão: Festival Bon.

O Festival Obon, ou simplesmente Bon, é um evento equivalente ao Dia de Finados no Brasil. 

É o mais longo festival do Japão e tem como objetivo homenagear os ancestrais. 

O ritual se baseia na crença de que durante os dias do festival os espíritos retornam para o mundo dos vivos para visitar sua família. 

Seguindo a tradição, todos acendem lanternas e as penduram na frente das casas, para que possam guiar os espíritos dos antepassados de volta aos seus lares. É costume também fazer muitos tipos de danças tradicionais, no entanto, a principal é a famosa Bon Odori. 

Seguindo a programação do festival, o fim da tarde do último dia é o momento da cerimônia Toro Nagashi. Nesta cerimônia, lanternas de papel são depositadas nos rios, lagos e mares. Cada lanterna possui o nome dos falecidos homenageados, o que os participantes consideram uma delicada homenagem para a alma dos seus antepassados. De acordo com a tradição, estas luzes mostram aos espíritos o caminho de retorno. Este último dia do festival é também conhecido como o “Festival das Lanternas”.

Dia de Finados na China: Festival Ching Ming.

O Festival Ching Ming é um momento em que as famílias se reúnem para prestar homenagens aos antepassados e entes queridos já falecidos.

De acordo com a tradição, durante o Festival Ching Ming os familiares aproveitam os dias para visitar o túmulo dos entes queridos, realizar a limpeza, fazer a manutenção das placas com nome e enfeitar a sepultura.

As famílias mais tradicionais costumam colocar na lápide comidas, em oferenda ao seu ente querido que faleceu. Algumas comidas são bem elaboradas, como carne de porco, frango e doces, além de vinhos e incensos. O ato de compartilharem os alimentos na lápide é considerado uma forma de jantar com seus ancestrais.

Fogos de artifício e queima de notas de dinheiro fantasma (dinheiro falso que é vendido em lojas de artigos religiosos) são parte do festival Ching Ming.

Os chineses acreditam que tudo o que é ofertado ao parente nesta data é recebido por ele do outro lado da vida, e os dias do festival são reservados para reforçar a honra e o respeito para com a família e para a memória dos familiares que já partiram.

Dia de Finados na Índia: Pitru Paksha.

O Pitru Paksa é nome da comemoração do Dia de Finados realizada na Índia, onde famílias podem homenagear os entes queridos e seus antepassados. O ritual dura 15 dias durante o mês de setembro e deve seguir diversas regras.

Os indianos acreditam que esta celebração conduz ao equilíbrio com as forças da natureza, pois todas as almas, tanto as do nosso mundo quanto as almas dos que já partiram, fazem parte da mesma força vital, que é a base da criação. Nesta crença, fazer e receber orações traz boas energias para a nossa vida e para os nossos ancestrais.

Dia de Finados no México: Día de los Muertos.

O Día de los Muertos no México é celebrado na mesma data brasileira: 2 de novembro. Para os mexicanos, o Día de los Muertos celebra os ciclos da vida e da morte, fazendo uma homenagem direta àqueles que já morreram. Ao contrário do que se pensa, o Día de Los Muertos não ocorre apenas em território mexicano: em muitos outros países comemora-se a data, muitos deles influenciados pela forte presença de imigrantes mexicanos, com os Estados Unidos, Canadá e alguns países da América Central.

No México, a data é famosa pelo uso das “Calaveras”, caveiras coloridas pintadas e ornamentadas. O Día de los Muertos acontece 2 dias antes do Halloween. O feriado no México é muito importante, sendo considerado pela UNESCO como um Patrimônio da Humanidade.

O enfrentamento do Luto no Dia de Finados.

Aqueles que tiveram que lidar com a separação física de alguém de forte ligação afetiva, seja por COVID ou por outra causa de morte, aprendem da pior forma o real significado do conceito budista da impermanência. Ou seja: nada é permanente, a não ser a própria impermanência das coisas. A morte faz parte da vida, que muitas vezes pode ser curta e enigmática e temos que enfrentar esta dura e inconcebível realidade.

Quem vive um processo de luto recente — dias, meses ou anos — sabe que o tempo é um simples registro da nossa existência e da nossa passagem. Não existe um tempo certo para o luto: cada pessoa vai passar por esse processo de uma forma particular. Alguns estudos apontam que o primeiro ano é o mais difícil, por se tratar de um primeiro ciclo vivido na ausência física da pessoa falecida. 

A tendência é que os enlutados contem os dias um a um a partir da morte da pessoa. Nesse sentido, o Dia de Finados é uma data que reedita o dia da morte com todos os sentimentos e sensações daquela ocasião. Aqueles que amamos não findam em nossas vidas e muito menos em nossos corações. O que amamos torna-se eterno.

Por essa e outras razões compreendemos que ao contrário do termo findar, o Dia de Finados é um dia de reascender, de gestar memórias, viver saudades e com as lembranças fazer homenagens a todos aqueles que passaram a morar nos corações, pois aquele que se ama não finda nunca. 

As experiências de supressão e quase inexistência dos rituais de velório e sepultamento, devido à pandemia, escancararam cada vez mais a importância psicológica das cerimônias fúnebres e rituais de despedida.

Ideias para enfrentar o luto e homenagear seu ente querido no Dia de Finados.

O Dia de Finados é uma data importante para homenagear a vida e ressuscitar o legado daquele que jamais será esquecido enquanto for lembrado. Por isso, considere as seguintes sugestões para o Dia de Finados: 

  1. Honre todos os sentimentos que aparecerem e dê cor a eles.  
  2. Você pode estar alegre, triste, com raiva, ou muita saudade. Todos os sentimentos são legítimos, pois o luto é muito individual e particular. 
  3. Agradeça o privilégio de ter vivido com essa pessoa, que hoje está ausente no mundo físico, mas nunca desaparecerá da sua memória.
  4. Tudo bem se sentir triste, mas ao invés de “morrer de saudade”, que você possa “viver a saudade” trazendo lembranças engraçadas, frases que a pessoa gostava de dizer, “saias justas” que viveu, apelidos e o que as pessoas diziam de seu ente querido. 
  5. Construa uma caixa, ou melhor, um relicário de objetos dessa pessoa, tais como: fotos, peças pessoais, objetos significativos, lista de músicas preferidas, filmes, comidas, curiosidades etc. 
  6. Na saudade e nas homenagens cabe tudo: o passado, o presente e o futuro. Faça o exercício de contar para a pessoa amada uma notícia que é recente e que ela gostaria de saber. Atualize seus planos e compartilhe com ela seus projetos. 
  7. Gratidão é um sentimento que vamos construindo ao longo do nosso caminho existencial. Reverenciar a sua vida e a vida dos que estão em seu entorno é um ritual de grande importância, pois uma vez que vivemos uma perda, temos ciência de que a vida é passageira e devemos viver todos os dias como se fosse o último.

Suporte ao enlutado e o Dia de Finados no Cerejeiras.

Para o Parque das Cerejeiras, o suporte ao luto significa oferecer atendimento humanizado e de acolhimento às famílias com foco na saúde espiritual e psicológica. Contamos com a parceria do Centro de Psicologia Maiêutica, no trabalho de apoio psicológico ao enlutado. 

Outras ações realizadas pelo Parque das Cerejeiras que possibilitam a expressão e a elaboração do luto são o projeto Vida Verde – no qual, é possível plantar uma árvore em memória ao ente falecido – e o painel Deixe sua Mensagem.

No Dia de Finados, oferecemos aos visitantes palestras sobre o luto, atividades de homenagem como a soltura de balões, além de missas e cultos para quem busca conforto religioso.

Entre em contato conosco e conheça nosso trabalho.

Este texto foi desenvolvido em colaboração pelo Centro de Psicologia Maiêutica e pelo Grupo Cerejeiras.

Para conhecer nossas soluções, clique aqui.

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Enfrentar o luto após a morte de um colega de trabalho é um tema pouco discutido, porém muito importante, pois todos nós estamos sujeitos à morte de pessoas especiais que estão no nosso convívio diário. 

Experimentamos ao longo dessa jornada algumas perdas significativas de pessoas com as quais tínhamos uma forte ligação afetiva. O luto pela morte de um colega de trabalho deve ser considerado dentro deste contexto, pois, com a relação profissional que aproxima os colegas, é provável que exista um vínculo significativo, por vezes até de amizade, construído através da convivência. 

O luto por um colega de trabalho afeta toda a equipe.

Embora não seja frequente, esse episódio pode acontecer a qualquer momento e em qualquer instituição, modificando a dinâmica do grupo, impactando o dia a dia dos colaboradores e a saúde mental. 

Seja uma morte repentina ou não, causada por acidente ou por doença, isso exigirá de todos e de cada um novas configurações e adaptações. Algumas instituições contam com programas de acolhimento e apoio aos colaboradores, desenvolvidos pelo departamento de Recursos Humanos.

O processo de luto é individual, varia de pessoa para pessoa, como já vimos em textos anteriores. Assim, o luto por um colega de trabalho pode desencadear diferentes reações e manifestações emocionais diante da perda.

Como retornar ao escritório durante o luto por um colega de trabalho.

O retorno ao trabalho nos dias subsequentes não será fácil. Alguns voltam aparentemente sem nenhuma manifestação emocional, outros mostrarão sentimentos de tristeza e muitas vezes parecerão confusos e sem norte. 

Além da ausência que vai pairar nos corredores, daquele “bom dia”, do momento do café, das discussões das tarefas a serem executadas ao longo da semana, você pode lidar com certa desmotivação para o trabalho, desânimo e falta de foco. Sua concentração pode ficar comprometida, perder seu apetite, mostrar irritabilidade com o restante dos colegas e muitas outras manifestações esperadas neste momento. 

Se você está vivenciando essa difícil experiência de luto por um colega de trabalho veja algumas orientações que podem fazer a diferença no seu percurso de luto pessoal.

  • O primeiro passo é aceitar o seu luto. Você está de luto!
  • Não tenha pressa, pois esse processo leva tempo e reconstruir um novo clima de trabalho vai exigir muita energia física e psíquica. 
  • Cuide de si em todos os sentidos, se antecipe seguindo com uma boa alimentação, uma boa qualidade de sono e, se possível, faça exercícios regularmente. Isso pode ajudá-lo contra uma eventual depressão ou problemas de saúde.
  • É importante compreender que as pessoas vivem seus lutos de formas diferentes, mas é preciso considerar que todos os que conviviam com essa pessoa sofrerão algum impacto e terão reações distintas, que irão desde tristeza, choro, ou necessidade de falar do colega, até negação, distanciamento, racionalização e aparente isolamento.
  • Se houver alguma cerimônia de despedida ou homenagem, será uma boa ocasião para se despedir, para apoiar a família, dizer o quanto, além deles, você também sentirá falta daquela pessoa. 

Como o gestor pode ajudar a equipe em luto por um colega de trabalho?

Os gestores e colegas serão fundamentais para essa travessia chamada luto.    

Se você é gestor e sua equipe enfrenta o luto por um colega de trabalho, será necessário ter muita dedicação e compreensão neste momento delicado.

  • Se possível, crie pequenas flexibilizações na rotina para que o trabalhador possa sentir-se amparado e compreendido pela empresa. 
  • Não espere que sua equipe volte à normalidade tão rapidamente, especialmente se a morte tiver sido de um dos membros do time.
  • Considere que a equipe precisa de tempo para se recuperar e que, durante todo esse período, provavelmente você enfrentará uma queda no desempenho individual e coletivo. 
  • Esteja disponível e escute ativamente as necessidades do pessoal. 
  • Demonstre interesse em saber o tipo de suporte que fará com que eles se sintam mais acolhidos.
  • Deixe sua equipe à vontade para que sintam que podem pedir ajuda psicológica quando necessário.
  • Mantenha os ‘3 Cs’ em mente: Comunicação, Compaixão e Conexão.

Estruture as formas de apoio e implemente o que for possível dentro do seu contexto. Somente de saber que o gestor está disponível e atencioso em relação ao luto da equipe já é um excelente consolo para enfrentar este processo.

Dicas para enfrentar o luto por um colega de trabalho que partiu.

O trecho da letra de uma música do Milton Nascimento (“amigo é coisa para se guardar debaixo de sete chaves, dentro do coração”) nos convida a refletir: quem amamos fica no nosso coração, ou seja, do lado de dentro, mesmo que não exista mais do lado de fora. 

Estas são algumas ações que visam ajudá-lo a reestabelecer uma certa ordem emocional para continuar suas atividades.

  • Peça ajuda se for necessário, não espere que as pessoas a sua volta saibam o que está sentindo. 
  • Se para você é importante externar seus sentimentos, busque alguém que possa ouvi-lo. Não adianta fazer de conta que nada aconteceu, pois a longo prazo isso poderá acarretar mais problemas. 
  • A ajuda de algum profissional da área médica ou psicólogo pode ser necessária para uma avaliação e orientações. 
  • Caso você esteja acompanhando um amigo que perdeu um colega, pode auxiliá-lo escutando seus sentimentos sem julgá-los, pois neste momento tudo que o enlutado precisa é ser acolhido incondicionalmente.

Perder alguém é difícil e doloroso, mas você não precisa passar por isso sozinho. Cerque-se de pessoas que te fazem bem e receba o acolhimento neste período de luto.

Este texto foi desenvolvido pelo Centro de Psicologia Maiêutica em colaboração com o Grupo Cerejeiras

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