À primeira vista, pode parecer que não há relação entre o processo de luto e a natureza, mas ela é uma grande aliada nesse momento.
Observar o renascimento das plantas, o fluxo dos rios e a mudança das estações, por exemplo, nos faz relembrar o ciclo da vida e a ressignificar nossa existência e a dos nossos amores presentes e ausentes.
Além disso, em momentos de dor intensa e de transformação interior, como é o período do luto, muitas pessoas encontram na natureza um refúgio para buscar conforto e cura.
Por isso que muitos estudos sobre o luto e suas intercorrências vêm se aproximando cada mais da área da neuroarquitetura, uma ciência nova que busca compreender como a construção e organização de determinados espaços contribuem para o bem-estar.
No caso específico da natureza, estuda-se como ela pode auxiliar nos processos terapêuticos e na saúde física e mental dos sujeitos.
Tais descobertas têm ajudado amigos e familiares, bem como os especialistas em luto e aqueles que trabalham nesse segmento, a compreenderem as melhores estratégias para auxiliar os enlutados nessa difícil travessia emocional e na reorganização dessa nova vida.
Continue a leitura do texto para aprender mais sobre os benefícios que o contato com a natureza pode promover durante o processo de luto.
Os ensinamentos que a natureza nos ensina sobre a vida e a morte.
A natureza, no seu esplendor, ajuda a acalmar a mente e o coração daqueles que se aproximam dela. Se as sensações neuropsicológicas que o cérebro produz quando estamos em contato com a natureza podem nos brindar com alegria e prazer, elas também podem nos oferecer um certo conforto e acolhimento diante de episódios de morte e luto.
A natureza, além de proporcionar um refúgio para os sentidos, oferece uma poderosa metáfora para o processo de luto.
Vamos pensar sobre as estações do ano. Assim como as estações mudam, trazendo ciclos de nascimento, crescimento, declínio e renovação, o luto também segue um percurso próprio, onde cada fase tem seu propósito e tempo.
O outono, com suas folhas caindo, nos lembra da inevitabilidade da perda e do desapego. O inverno, com sua quietude e aparente estagnação, reflete os momentos mais dolorosos do luto, quando a dor é mais profunda e o mundo parece sem cor, sem brilho.
No entanto, a primavera sempre chega, trazendo consigo a promessa de novos começos e a renovação da vida. Da mesma forma que a primavera, o luto pode abrir espaço para a aceitação e a esperança, permitindo-nos encontrar amor e significado mesmo após uma perda significativa.
Dessa forma, o processo de luto e a natureza estão completamente relacionados. Ela nos ensina que a dor não é eterna e que, assim como os ciclos naturais, a vida continua e se transforma.
Observando sua resiliência, aprendemos a respeitar nosso próprio processo de cura, reconhecendo que é natural sentir dor, mas também é possível encontrar conforto e renovação.
Natureza no ambiente interno: levando tranquilidade para a casa e o coração.
Usufruir dos benefícios que a natureza proporciona no processo de luto não precisa estar relacionado apenas a ambientes externos. Trazê-la para dentro de casa pode ser uma forma poderosa de acalmar o espírito durante essa jornada.
Criar um cantinho com plantas e flores, como samambaias, suculentas e lavandas, propicia não só um espaço esteticamente bonito, como também um refúgio pessoal sempre que precisar respirar fundo e se reestabelecer emocionalmente.
Acrescente pedras, conchas e madeira na hora de decorá-lo, pois esses elementos naturais conseguem transmitir a sensação de conexão com a terra e com a própria vida.
Arquitetura e natureza nos cemitérios como fontes de paz e quietude.
A natureza e a arquitetura de um cemitério têm papéis fundamentais na criação de um ambiente de paz e tranquilidade para aqueles que o frequentam.
Quando projetados com sensibilidade, cemitérios podem se tornar espaços propícios à reflexão, onde a beleza natural se une ao design arquitetônico para proporcionar um local de consolo e reconforto.
A integração de elementos naturais, como árvores, flores e jardins, pode transformar um cemitério em um verdadeiro oásis de calma. A presença de vegetação abundante não apenas embeleza o espaço, mas também cria uma conexão com o ciclo natural da vida, lembrando-nos da continuidade e da renovação.
Caminhos arborizados e sombreados se tornam ambientes ideais para a realização de caminhadas contemplativas, nas quais o som suave do vento e o canto dos pássaros acabam acalmando a mente e o coração daqueles que enfrentam o luto.
A arquitetura de um cemitério também tem grande importância na criação desse ambiente tranquilo.
Elementos como capelas silenciosas e bancos colocados em lugares estratégicos convidam à introspecção e à meditação. Materiais naturais, como pedra e madeira, são usados para harmonizar as construções com o entorno natural, criando uma sensação de unidade e equilíbrio.
Além disso, a presença de água, através de lagos, fontes ou riachos, pode adicionar uma dimensão extra de serenidade ao espaço. O som suave da água corrente tem um efeito calmante comprovado, ajudando a reduzir o estresse e promovendo um estado de paz interior.
Assim, a combinação cuidadosa da natureza e da arquitetura em um cemitério pode transformar o local em um refúgio de tranquilidade. Esses espaços não são apenas locais destinados ao descanso final, mas também santuários onde familiares e amigos podem encontrar conforto, refletir sobre a vida e honrar a memória dos que se foram.
Memorial Parque das Cerejeiras acolhe as famílias com seu ambiente sereno.
A natureza nos ensina sobre a transitoriedade da vida, assim como a morte nos lembra da nossa própria finitude. Nunca estaremos prontos para perder alguém que amamos. O amor e a saudade de quem partiu não tem cura, são para sempre.
Contudo, a tarefa de quem ficou não é apenas honrar essa memória, mas também é continuar cuidando de si. Por esse motivo, os locais que acolhem as famílias enlutadas, seja no velório e sepultamento, seja em visitas cotidianas ou em datas comemorativas, devem oferecer suporte e atendimento humanizado.
Nesses mais de 30 anos, no Cerejeiras sempre houve a preocupação de acolher os enlutados, oferecendo treinamento aos funcionários, suporte psicológico através de grupos de apoio às famílias, palestras de orientação sobre o luto e seus desdobramentos.
Além disso, é prioridade oferecer aos seus visitantes um ambiente, cuja magnitude e beleza transmitam a sensação de cuidado e acolhimento, justamente por compreender a influência positiva da natureza no processo de luto.
Através da “Arquitetura do acolhimento”, o Parque das Cerejeiras foi planejado para receber famílias e oferecer conforto às pessoas em um momento de tristeza.
Cobrindo uma área superior a 300.000 m², mais da metade do Parque das Cerejeiras é dedicada à preservação ambiental, com plantação de mudas nativas da Mata Atlântica e 116 espécies diferentes de animais, como aves, borboletas, pavões e carpas. Saiba mais em nosso artigo sobre “Sustentabilidade e meio ambiente no Cerejeiras”.
Esse ambiente tranquilo e contemplativo se torna um convite para respirar fundo e se reequilibrar emocionalmente.
Como se não bastasse, ainda há diversos espaços de homenagens distribuídos por todo o Parque das Cerejeiras, como o mirante que fica em frente à represa do Guarapiranga, no qual a beleza da paisagem e seu silêncio ajudam familiares e amigos a ressignificarem a perda e lidar com a saudade.
Acreditamos cada vez mais no poder e nos benefícios da natureza na expressão de sentimentos, ressignificação da vida, renovação e renascimento.
A natureza é um lembrete constante do ciclo da vida e observá-la ao visitar o ente querido, contemplando a grandiosidade do universo, pode proporcionar àqueles que vivem um processo de luto a força necessária para seguir em frente.