luto

Mais um ano sem você: como vou conseguir seguir em frente?

O fim de mais um ano se aproxima, um momento tradicionalmente dedicado às férias, viagens e festas de Natal e Ano Novo. Independentemente da cultura, do país ou da religião, essa época também costuma ser um tempo de balanço e de novos planos. 

No entanto, para aqueles que perderam um ente querido ou enfrentam a ausência de alguém que já não está fisicamente presente, este período pode ser especialmente desafiador e angustiante.

O luto durante as festas de fim de ano.

Enfrentar o luto já é uma tarefa difícil em qualquer momento da vida, mas durante as festas de fim de ano, os sentimentos e emoções se intensificam. As vivências individuais tornam-se porta-vozes de uma dor que precisa ser acolhida com empatia e sensibilidade.

Estudos recentes sobre o luto apontam a complexidade das emoções e sentimentos, que podem se manifestar em comportamentos de aproximação ou distanciamento nessas datas festivas. Enquanto o mundo segue seu ritmo e a cultura associa o Natal à alegria e à união familiar, para os enlutados, esse período pode ser extremamente doloroso.

As festividades de fim de ano, diante do luto, podem gerar sentimentos contraditórios e uma grande desorganização emocional. Para alguns, a data será celebrada com festas e reuniões fartos de alegria. Para outros, será um momento de solidão e introspecção.

Os símbolos natalinos — árvores decoradas, estrelas brilhantes, Papai Noel, anjos e presépios — muitas vezes remetem a reencontros felizes e celebração familiar. No entanto, para quem sente a ausência de um ente querido, esses elementos podem ser gatilhos de lembranças, tanto alegres quanto dolorosas. 

A ceia em família, com abraços fraternais, pode evidenciar ainda mais a falta daquela pessoa especial, tornando a celebração um desafio.

O peso do fechamento de um ciclo.

Além disso, o final do ano simboliza o fechamento de um ciclo. Para quem está de luto, esse encerramento pode ser especialmente difícil, pois significa despedir-se, ainda que simbolicamente, de quem se foi, algo que muitos não estão prontos para fazer. 

Planejar o futuro sem a presença desse ente querido também pode ser um processo doloroso e complexo.

Como viver as festas de fim de ano durante o luto?

Sabemos que o Natal e as comemorações de fim de ano nem sempre são momentos de pura alegria. Por isso, compartilhamos algumas orientações que podem ajudar a atravessar essa época com mais acolhimento e respeito ao seu processo de luto:

1 – Acolha seus sentimentos e emoções.

É natural que emoções aflorem, tanto em relação àqueles que estão presentes quanto aos que partiram. Permita-se sentir saudades, lembrar e viver esse momento do seu jeito.

2 – Faça o que for possível, independentemente das tradições.

Respeite seus limites. Se não se sentir confortável com determinadas tradições, adapte-as ou crie novas formas de passar por essa data, sempre priorizando seu bem-estar.

3 – Não se prenda a regras.

O Natal vai acontecer independentemente de como você se sinta. Não há regras fixas para vivenciar essa data. O importante é encontrar uma forma de torná-la menos dolorosa para você.

4 – Ressignifique.

Permita-se remodelar e adaptar as tradições de acordo com aquilo que faz sentido para você neste momento. Seja através de um sorriso tímido, de uma lágrima ou do silêncio, respeite seu próprio ritmo.

5) Seu luto é único.

Não se preocupe com a opinião dos outros. Cada pessoa vive o luto de maneira única, e não existe um jeito certo ou errado de sentir. Tudo bem não estar bem, assim como tudo bem sentir momentos de alegria mesmo durante o luto.

O Natal deve celebrar a vida e honrar aqueles que sempre farão parte de nós. Sentir saudade é natural. Como nos lembra Vinicius de Moraes em seu poema Natal:

 

Para isso fomos feitos: Para lembrar e ser lembrados. Para chorar e fazer chorar.”

 

Como você gostaria de passar esse fim de ano? O que você consegue fazer?

Suporte ao luto no Memorial Parque das Cerejeiras.

No Memorial Parque das Cerejeiras, estruturamos programas gratuitos de acolhimento e orientação profissional para auxiliar no processo de compreensão e aceitação do luto.

Oferecemos palestras e grupos de apoio conduzidos por psicólogos especializados em luto.

Se você deseja saber mais sobre nossas ações de apoio ao luto, entre em contato pelo telefone (11) 4040-5550 para conhecer a programação.

Este texto foi desenvolvido pelo Centro de Psicologia Maiêutica em colaboração com o Cerejeiras

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O Dia das Mães é uma data de celebração, afeto e gratidão. Mas, para aqueles que
perderam suas mães, esse dia pode trazer um vazio difícil de expressar.

Em meio às homenagens e recordações, a saudade se intensifica, e o coração busca
formas de lidar com essa ausência tão significativa. É natural vivenciar diferentes
fases do luto e sentir um misto de emoções – tristeza, amor, gratidão e até mesmo
lembrar de palavras que ficaram por dizer.

Escrever uma carta para sua mãe pode ser uma maneira delicada e poderosa de
honrar sua memória e seu legado. Colocar em palavras o que ficou guardado no
coração ajuda a organizar os sentimentos, expressar o amor que ainda existe e, de
certa forma, sentir-se mais próximo dela.

Esse exercício terapêutico permite que a saudade ganhe forma e significado, trazendo conforto e acolhimento ao longo do processo.

É importante considerar que, embora a ideia das fases do luto — como negação,
raiva, barganha, tristeza e aceitação — seja amplamente conhecida, especialistas
ressaltam que ela não deve ser encarada como uma sequência rígida e universal. O
luto é uma experiência singular, e cada pessoa encontra seu próprio caminho para lidar com a perda.

O luto e o legado materno: ficamos entre a saudade e a presença no coração.

O luto é um caminho repleto de altos e baixos, em que cada pessoa vivencia a perda
de maneira única. Embora muitos passem por sentimentos variados e identificados
com fases do luto como negação, raiva, tristeza, aceitação e ressignificação, essas
etapas não ocorrem de forma linear, e os sentimentos podem se misturar ao longo do
tempo.

Quando se trata da perda de uma mãe, o impacto vai além da ausência: é também a
saudade das palavras de incentivo, dos gestos de carinho e da segurança que sua
presença trazia. É como se faltasse um lastro na existência.

No entanto, seu legado permanece vivo por meio das lições transmitidas, nos valores
ensinados e até nos pequenos detalhes do dia a dia que remetem a ela.

Com o tempo, a dor pode se transformar em uma nova forma de conexão, onde a
presença materna se faz sentir não apenas na lembrança, mas na forma como sua
influência continua moldando a vida dos filhos.

A escrita pode ser terapêutica e ajudar a lidar com os estágios do luto.

A escrita tem um poder transformador quando se trata de lidar com emoções
profundas, especialmente diante dos diferentes estágios do luto e da mescla de
sentimentos que costuma surgir nesse processo.

Expressar sentimentos por meio das palavras pode ajudar a organizar pensamentos,
aliviar a dor e trazer uma sensação de acolhimento.

No processo de despedida, quando a saudade se intensifica, escrever pode ser um ato de cuidado consigo mesmo, uma maneira de elaborar o ocorrido, de dar voz ao que ainda precisa ser dito e encontrar significado na ausência.

Ao escrever uma carta para sua mãe, você permite que memórias, sentimentos e
palavras encontrem um caminho para fora do coração.

Esse exercício pode ser uma forma de criar sua própria mensagem de luto,
reafirmando o amor, relembrando momentos especiais e trazendo conforto em meio à dor e à saudade. Mais do que um simples texto, essa prática pode se tornar um ritual de conexão e cura, ajudando a ressignificar a despedida.

A escrita possibilita que o vínculo com sua mãe permaneça vivo de uma nova maneira, acompanhando você em sua jornada de luto com mais leveza.

Como escrever uma carta à mãe para dar voz ao carinho e amor?

Escrever uma carta para sua mãe no Dia das Mães é um processo íntimo e libertador.

Não há regras rígidas, pois o mais importante é permitir que os sentimentos fluam de
maneira autêntica. No entanto, seguir uma estrutura pode ajudar a organizar os
pensamentos e tornar esse momento ainda mais significativo.

Você pode começar a carta com uma saudação afetuosa, como se estivesse realmente se dirigindo a ela.

Em seguida, compartilhe seus sentimentos atuais. Fale sobre a saudade, o impacto da
ausência e como a presença dela ainda se faz sentir em sua vida.

Esse também é um espaço para relembrar memórias especiais, mencionar momentos marcantes e expressar gratidão por tudo o que ela significou para você. Caso haja palavras que ficaram por dizer, este é o momento de colocá-las no papel — seja para pedir desculpas, dizer "eu te amo" ou simplesmente conversar sobre algo que gostaria que ela soubesse.

Concluir uma carta para alguém que partiu pode ser um desafio, pois o coração
sempre terá mais a dizer em uma mensagem de luto. No entanto, o fechamento desse momento não significa um adeus definitivo, mas uma pausa que permite que a
saudade encontre um espaço mais sereno dentro de você.

Pode ser uma despedida carinhosa, reafirmando o quanto ela foi e sempre será
importante para você, ou um “até logo”, dizendo que haverá mais cartas, quando
quiser contar alguma novidade ou desabafar.

Algumas pessoas gostam de escrever como se estivessem enviando a carta para
algum lugar especial, imaginando que suas palavras, de alguma forma, chegarão até
sua mãe. O mais importante é que esse momento traga conforto, permitindo que suas
emoções se expressem com sinceridade e leveza.

Apegue-se aos simbolismos e torne o momento dessa escrita ainda mais especial e acolhedor.

Além das palavras colocadas no papel, o momento após a escrita da carta também
pode ser simbólico.

Algumas pessoas preferem guardá-la em um local especial, enquanto outras escolhem lê-la em voz alta ou deixá-la em algum lugar que remeta à mãe, como próximo a uma fotografia ou em um jardim.

Há quem sinta vontade de transformar esse momento em um pequeno ritual,
acendendo uma vela ou ouvindo uma música que traga boas lembranças do que
viveram juntos.

Seja qual for a escolha, o essencial é que esse gesto traga acolhimento e paz, permitindo que a despedida e a mensagem de luto sejam também formas de manter o vínculo vivo de maneira amorosa e profunda.

Para se inspirar nesse processo, assista ao nosso vídeo, no qual homenageamos o legado de todas as mães por meio da leitura emocionante da carta “O Legado da
Minha Mãe”, escrita pela psicóloga Lélia Faleiros para sua matriarca:

Assista ao vídeo

E lembre-se: o amor de uma mãe é infindável, porque ele se transforma em força
dentro de nós.

Este texto foi desenvolvido pelo Centro de Psicologia Maiêutica em colaboração com o Cerejeiras

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