conversar sobre a morte

Pensando a morte em vida: orientações sobre a finitude.

conversar sobre a morte
"Quem não fala sobre a morte, acaba por se esquecer da vida. Morre antes, sem perceber"
Rubem Alves

Sempre estaremos despreparados para as despedidas, mas elas fazem parte do ciclo da vida, independentemente de nosso controle ou vontade.

Essa conversa, em forma de um guia, nos permite socializar e antecipar alguns procedimentos que podem ser feitos antes da morte e que dariam às pessoas que amamos uma “morte digna” e, a quem fica, a sensação de dever cumprido.

Acreditamos que esse material possa servir como prevenção nas situações de perda, seja qual for a sua religião ou as suas crenças.  Acompanhe.

Você já pensou em sua própria morte?

Nos dias de hoje, é quase proibido falar sobre a morte. É como se trouxesse um mau agouro. Entretanto, a verdade é que não precisamos esperar a idade chegar para abordar o tema.

A morte é um ritual, portando, podemos e devemos pensar em como gostaríamos que ele acontecesse. Talvez, você não se preocupe com isso, mas os seus familiares se importarão. Por isso, deixar a sua vontade expressa em vida pode ser organizador e apaziguador para aqueles que você ama.

Por mais que pareça estranho ou difícil, experimente pensar em perguntas como:

morte velas

Se você não deixar esses desejos expressos, se não comunicar as suas vontades, seus familiares terão de tomar essas decisões no momento mais difícil da vida deles.

Você já se permitiu ouvir alguém falar sobre a própria morte?

Estudos recentes sobre a morte e o morrer comprovam que as pessoas gravemente debilitadas desejam falar sobre as suas mortes.

Caso você esteja próximo à alguém em estado terminal de vida, não finja que nada está acontecendo.

Abra um canal de comunicação para que o doente possa falar dos seus temores e dos seus últimos desejos.

Embora não seja uma tarefa fácil, poderá contribuir para um fim menos dolorido a todos, tanto a quem morre quanto a quem fica.

Crianças podem falar sobre morte e luto?

Se educamos as crianças para a vida, temos que educá-las para a morte também.

Deixe que participem dos rituais de velório e sepultamento, pois pode ajudá-las no processo de luto, afinal, elas têm o direito de se despedir.

Ao contrário do que se pensa, incluí-las no processo de morrer, dificilmente, causará danos psicológicos.

Você já pensou em como será o seu fim?

Algumas vezes, a morte é súbita, por isso, precisamos pensar nela para que não sejamos surpreendidos.

Outras vezes, ela é anunciada e, mesmo assim, ninguém quer ouvir. Quando não encorajamos o diálogo sobre os medos e os desejos das pessoas, dificultamos o momento final, as despedidas e os acertos de contas afetivas que todos temos.

Hoje, existe o Testamento Vital, um documento, no qual, a pessoa expressa os seus desejos sobre cuidados, tratamentos e procedimentos que deseja ou não ser submetida quando estiver com uma doença grave, que a impossibilite de declarar livremente a sua vontade. (saiba mais clicando aqui).

Nesse documento, é possível manifestar as intenções quanto a cuidados paliativos, procedimentos de ressuscitação, prolongamento artificial da vida, doação de órgãos, dentre outros. Outra opção é conversar com pessoas de sua confiança sobre as suas preferências. Além disso, se tem bens e deseja fazer a divisão fora do inventário, é preciso realizá-la em vida.

Essas situações só acontecerão se houver um diálogo aberto com as pessoas queridas, sem constrangimentos e preconceitos de que não deve falar a respeito da morte.

A morte não é uma questão de “se eu morrer”, mas é uma questão de “quando eu morrer”.

Em seu livro “Antes de partir”, Bronnie Waree, descreve o resultado de uma pesquisa de 12 anos, feita com pacientes terminais sobre os seus arrependimentos.

Conheça-os:

Quando podemos olhar para a morte em vida, temos mais chances de fazer o que queremos e de cuidar dos que ficarão, após a nossa partida. 

Pense Nisso!

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