Família em Luto, saiba como ajudar.

O falecimento de alguém sempre deixa uma família em luto. Faltam palavras para expressar nosso pesar e manifestar nosso desejo de amparar a família enlutada. Os primeiros passos parecem claros: ir ao velório, enviar flores, enviar um cartão ou uma mensagem. Os dias e meses que seguem serão inevitavelmente difíceis para a família em luto. Se você for um parente não tão próximo do falecido e deseja dar suporte à sua família ou se você é amigo da família ou de alguém que perdeu seu ente querido, confira nossas dicas.

4 tópicos importantes sobre como ajudar uma família em luto.

Não compare o sofrimento: cada família em luto reage de uma forma.

Cada pessoa reage de forma diferente diante de uma perda. Enquanto uns choram, outros se calam, alguns focam em reconstruir a vida rapidamente, enquanto outros precisam de mais tempo. Existem diferentes formas de viver o luto e elas não medem o amor que cada um tinha pela pessoa que faleceu. É importante respeitar a forma como cada familiar vive seu luto, sem julgamento ou críticas. Cada pessoa ama e sofre do seu próprio jeito.

A família em luto precisa ficar unida: valorize a união familiar.

Famílias que mantêm a união familiar após o falecimento de um membro têm maior chance de ter um luto saudável e reconstruir laços futuros, podendo sair deste processo mais unidas do que antes. Gastem um tempo para conversarem entre si, visitem uns aos outros, ofereçam ajuda prática, chorem juntos e procurem tomar decisões compartilhadas.

Aceite as mudanças: resistir ou não se adaptar à nova realidade é comum entre as famílias em luto

Ninguém ocupará o lugar da pessoa falecida, por isso todos terão que aceitar as mudanças e passar a fazer coisas que não faziam antes, desde coisas mais simples até as mais complexas como mudar de casa, buscar um trabalho, se adaptar ao novo padrão de vida, dentre outras coisas. Muitas mudanças ocorrem para que a família se reorganize novamente e isso pode levar meses ou anos, portanto procure ser flexível diante do novo. Aceitar as mudanças pode ser um grande passo para o luto familiar.

Escute mais e fale menos: a família em luto deve ser ouvida, não julgada.

Se o luto pode ter efeitos tão intensos sobre a saúde mental e física, o que podemos fazer para não complicá-lo ainda mais? A família e os amigos são redes de apoio importantes, mas é preciso ter a empatia de escutar mais do que falar, pois quem escuta “acolhe” e quem fala costuma não escutar e, ao contrário, “julga”

Luto familiar e a importância de receber apoio externo.

Gestos carinhosos de pessoas queridas ajudam muito no processo de luto. O luto familiar requer tempo, compreensão, paciência e muito apoio. As demonstrações de carinho, as ofertas de ajuda com as atividades do dia a dia e todo o suporte será sempre lembrado com muita gratidão pela família enlutada. Algumas atitudes podem tornar o processo de luto um pouco mais leve. Considere sempre seu nível de intimidade com o enlutado para que seu comportamento não seja invasivo e respeite sempre a vontade da família em luto.

Sugestões do que fazer e como ajudar uma família em luto se você for...

Vizinho ou amigo próximo:

  • Ofereça ajuda para arrumar a casa, cuidar dos bichos ou plantas.
  • Convide essa pessoa para um almoço ou café agradável.
  • Mande mensagens de carinho por whatsapp algumas vezes por semana.
  • Escute pacientemente e empaticamente ao enlutado.
  • Se o problema for um ente querido hospitalizado, ofereça companhia para visitas ou até mesmo para dormir no hospital.

Sugestões do que fazer e como ajudar uma família em luto se você for...

Vizinho ou amigo próximo:

  • Ofereça ajuda para arrumar a casa, cuidar dos bichos ou plantas.
  • Convide essa pessoa para um almoço ou café agradável.
  • Mande mensagens de carinho por whatsapp algumas vezes por semana.
  • Escute pacientemente e empaticamente ao enlutado.
  • Se o problema for um ente querido hospitalizado, ofereça companhia para visitas ou até mesmo para dormir no hospital.

 

Colega de trabalho/faculdade:

  • Ofereça apoio em tarefas laborais como cobrir reuniões e afins que a pessoa não pode ou precisa comparecer.
  • Esteja disponível para ajudar em matérias da faculdade, remanejar prazos e informar aos professores o motivo da ausência, se necessário.
  • Se a pessoa for parte da sua equipe de liderados, seja compreensivo e permita/ofereça uma flexibilidade de horários.
  • Incentive os colegas de trabalho a escrever um cartão carinhoso para a volta da pessoa de luto ao trabalho.
  • Deixe um bilhetinho ou envie um e-mail com uma mensagem agradável em sua mesa.
  • Indique alguma técnica ou aplicativos de meditação e outras práticas que promovem o bem estar.

Como se expressar ao oferecer suporte durante o luto familiar

O momento é difícil para todos e, mesmo com ótimas intenções, muitas pessoas cometem “gafes” ou se expressam de maneira errada. Leve em consideração as dicas que preparamos a seguir

O que dizer e o que evitar ao conversar com uma família em luto

Substitua o “Como você está?” por “Deve ser um momento muito difícil para você, mas você não está sozinho”

Troque o “Ele/ela está em um lugar melhor” por “Eu sinto muito pela sua perda”

Não diga “Isto acontece com todos nós em algum momento”, e sim “Você deve sentir muita falta dele”

Evite “Você está lidando com isto melhor do que eu esperava”, e tente falar “Você não deve estar bem, e tá tudo bem se sentir assim.”

Nunca diga:

  • “Você ainda pode casar de novo” 
  • “Ele(a) descansou.”
  • “Deus sabe sempre o que faz”
  • “Me disseram que ele(a) morreu de maneira trágica, como foi?”
  • “Não sei se serve de consolo, mas o meu caso foi bem pior que o seu, porque…”
  • “Pare de chorar, ele(a) não fica feliz com isto de lá onde ele(a) está”

A melhor forma de escolher o que dizer e como agir é se colocar no lugar da família enlutada e pensar o que você gostaria de escutar e como gostaria que as pessoas ao seu redor agissem. Se você já perdeu um ente querido e passou por uma situação de luto familiar, fica mais fácil compreender, no entanto, tenha em mente que cada pessoa é única em sua forma de responder às diversas dificuldades da vida e lida com os sentimentos de maneira também muito particular. Respeite sempre o tempo, a vontade e o espaço de cada um ao ajudar uma família em luto, mas saiba que seu apoio é muito importante neste momento.

Este texto foi desenvolvido pelo Centro de Psicologia Maiêutica em colaboração com o Grupo Cerejeiras

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Conflitos familiares são muito comuns durante o luto. Estudos sobre luto nos mostram que, para cada falecimento, há no mínimo de 7 a 10 pessoas em luto. Em geral, o núcleo familiar é o mais atingido pelos efeitos do luto, e mesmo que cada membro viva o luto à sua maneira, teremos sempre uma família ferida precisando tomar decisões difíceis. A combinação de pessoas emocionalmente feridas e decisões difíceis costuma ser geradora de conflitos familiares após a morte de alguém.

Mesmo sabendo que não temos o total controle sobre nossa vida e sobre a vida daqueles que amamos, nunca estaremos preparados para lidar com a finitude. Conhecer os processos da morte e do morrer, como parte do ciclo da vida, em nada nos prepara ou aquece nossos corações quando este episódio acontece. Estaremos sempre despreparados, sem malas prontas para o novo caminho a seguir depois da morte de alguém que amamos.

Efeitos do luto no núcleo familiar.

Os profissionais que lidam com famílias em luto observam que a vivência do luto em família exigirá o esforço de cada um em busca da reorganização e readaptação à nova vida. Seria de se esperar que a família fosse naturalmente se unir após um evento que afeta a todos e provoca tanto sofrimento, mas a verdade é que nem sempre isso acontece. Às vezes a dor do luto pode abrir feridas que estavam guardadas, pode provocar ressentimentos e culpas que geram brigas e acusações, abalando a harmonia familiar e, em casos mais graves, a ruptura de laços afetivos. 

Vários fatores podem ser responsáveis pela desagregação da família como um todo, ou pela ruptura entre alguns de seus membros. Confira os gatilhos mais comuns que costumam

Decisões sobre o final da vida:

Os conflitos podem começar antes do falecimento, quando a família precisa tomar decisões relativas ao adoecimento como internações, cuidados em casa, medicação, etc.

Custos de velório, sepultamento e cremação:

 A família é invadida repentinamente por um conjunto de tarefas burocráticas e de alto custo que vão desde a escolha do caixão até a decisão sobre o destino do corpo.

Formas diferentes de lidar com o luto:

Quando um membro da família morre, a saudade que cada um sente não é igual. As diferentes formas de demonstrar ou não o sofrimento pela perda podem ser julgadas e interpretadas pelos demais membros da família, culminando em desentendimentos.

Acusações e cobranças:

Na tentativa de compreender e aceitar a morte, muitos questionamentos podem ser feitos: “por que você demorou para levar ao hospital?”, “por que você não viu que ele estava passando mal?”, “como você deixou ele ir a esta festa?”. Estes questionamentos só causam mais sofrimento e dor a todos. Na dificuldade de aceitar nossa impotência diante da morte, podemos ferir e ser feridos por acusações. 

Partilhas de bens pessoais e financeiros

Normalmente, o inventário dos bens não é uma tarefa fácil e os acordos são muito difíceis, originando grandes tensões e até rupturas na família. Além disso, o recebimento de seguros e indenizações costumam gerar mal-entendidos dentro da família, mesmo quando a lei estabelece critérios para esta distribuição.

Decisões sobre mudança ou permanência na casa:

Manter ou desfazer-se da casa pode ser motivo de muito estresse entre os membros da família, pois valores sentimentais e financeiros estão envolvidos diretamente nesta decisão. 

Vale destacar a importância de a família estar atenta a estas armadilhas que podem levar a conflitos, para que se possa lidar com estas situações da melhor forma possível, evitando mais sofrimento além do próprio luto. 

Como evitar conflitos familiares durante o luto?

Diálogo e compreensão:

Lembre-se que todos estão feridos e acuados pelo medo do futuro e pela dor da perda, o que pode torná-los mais agressivos e intolerantes. Conversem sobre isso, relevem palavras bruscas trocadas e procurem conversar quando estiverem em um momento melhor.

Procure compartilhar as decisões:

Muitas vezes, no desejo de arrumar as coisas novamente, pensamos que nossa solução é a mais correta e nos esquecemos de consultar os outros envolvidos para verificar se estão também de acordo. 

Planejamento:

Planejar a divisão de bens em vida pode evitar boa parte dos conflitos familiares. Há diferentes formas de se organizar para este momento. 

Tenha flexibilidade para mudanças:

A nova reorganização familiar pedirá flexibilidade e todos devem estar abertos para novos papéis familiares. Quanto mais aberta a família estiver para as mudanças que estão por vir, melhor será esta reorganização. 

Segundo Frank Ostaseski, fundador do Metta Institute e reconhecido líder na área de cuidados no final da vida: 

Não há maneira certa de viver o luto, nem horário, nem caminho definido. E com certeza não há atalhos para ele. O único caminho é atravessá-lo

Busque apoio para o luto.

Nós do Parque da Cerejeiras somos especialistas no apoio ao luto e disponibilizamos vários meios de informação e ajuda gratuita. 

Você pode contar com grupos de apoio, missas, palestras com psicólogas especializadas no luto e muitas opções de materiais e textos em nosso blog sobre o assunto. Confira alguns que preparamos e podem ajudar: 

  • Orientações para ajudar uma pessoa em luto
  • Você sabe como ajudar uma família em luto?
  • Passos para superar o luto
  • Suporte ao Luto no Cerejeiras

Este texto foi desenvolvido pelo Centro de Psicologia Maiêutica em colaboração com o Grupo Cerejeiras

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