Reafirmando nosso compromisso com o Meio Ambiente e nossa preocupação com a preservação das áreas verdes, no último mês realizamos o plantio de mais de 500 novas mudas de árvores nativas na área central do Memorial Parque das Cerejeiras. Nosso objetivo é criar uma mata rica, tanto do ponto de vista do adensamento vegetal quanto da perspectiva das espécies de animais que dela dependem.
Para isso, com o plantio constante de novas mudas em nosso projeto de reflorestamento, promovemos a aceleração de um processo natural chamado sucessão ecológica.
Sucessão ecológica em área de floresta.
A sucessão ecológica pode ser definida como um processo gradual e progressivo de mudanças de uma floresta até que se estabeleça uma floresta em sua plenitude, em equilíbrio com seu ecossistema, chamada de floresta clímax.
A sucessão ecológica ocorre naturalmente. No entanto, como o processo é lento, quando o objetivo é a recuperação de áreas degradadas, ela pode ser induzida pelo homem.
Cada ecossistema tem seu processo de sucessão ecológica específico. Em uma área de floresta tropical, a sucessão ecológica ocorre com as alterações de condições mais propícias ao desenvolvimento de espécies de vegetação distintas. Numa primeira etapa, desenvolvem-se as espécies pioneiras, capazes de crescer em áreas descampadas, sob influência direta da luz. Em etapas subsequentes, o ambiente será cada vez mais propício às espécies secundárias mais tolerantes à sombra, até que progressivamente se atinja o chamado clímax da floresta, com a riqueza de todas as suas diversas camadas.
Assim, o processo de sucessão ecológica desenvolverá, em etapas ordenadas, uma floresta em seu equilíbrio pleno. Quando ocorre um distúrbio, como uma queda de árvore grande que venha a criar uma clareira, abre-se uma nova oportunidade para o desenvolvimento das espécies pioneiras, e o ciclo se reinicia.
As árvores que protagonizam a sucessão da floresta tropical são classificadas em pioneiras, secundárias iniciais, secundárias tardias e clímax.
Pioneiras.
As pioneiras são as espécies dependentes de luz. Não são adaptadas aos ambientes sombreados do sub-bosque, e por isso se estabelecem em clareiras, bordas de florestas ou na etapa inicial de um reflorestamento. Têm um crescimento rápido, vivem menos tempo (normalmente até 10 anos) e atingem uma altura de até 15 metros.
Secundárias iniciais.
As secundárias iniciais desenvolvem-se em condições de sombreamento médio, como clareiras pequenas, bordas de clareiras grandes ou de florestas, ou no sub-bosque não densamente sombreado. Em média vivem até 25 anos e atingem cerca de 15 metros de altura.
Secundárias tardias.
As secundárias tardias estão adaptadas ao sub-bosque em condições de sombra leve. Crescem mais lentamente que as secundárias iniciais e vivem mais, até 100 anos, atingindo uma altura também maior.
Clímax.
As espécies do grupo clímax são propícias para o sub-bosque em condições de sombra densa, onde podem permanecer toda a vida. Crescem lentamente, vivem mais de 50 anos, podendo se tornar árvores seculares. Atingem uma altura aproximada de 30 metros.
Diferenças entre grupos ecológicos
A sucessão ecológica para recuperação de áreas degradadas.
O estudo da sucessão ecológica é muito importante para a recuperação de áreas degradadas pela ação humana, como nos casos de áreas exploradas para a mineração ou de matas ciliares destruídas. Se na área degradada não houver intervenção, ocorrerá um processo extremamente lento de sucessão primária. Por isso, em um projeto de recuperação de áreas degradadas são adotadas técnicas para transformar um processo que naturalmente seria de sucessão primária, podendo levar centenas a milhares de anos, em um processo de sucessão secundária, de uma ou poucas décadas.
Conhecendo e manipulando as condições de implantação a interação entre as plantas pioneiras e as espécies intermediárias e tardias, o ecossistema tende a alcançar a comunidade clímax em um menor espaço de tempo. Técnicas para manipulação das sementes e da germinação, para a introdução de núcleos de recuperação, para o espaçamento adequado, entre outras, permitirão acelerar a complementação das plantas pioneiras pelas espécies secundárias e clímax.
Saiba mais sobre o projeto de reflorestamento e recuperação do Cerejeiras:
Dos 300.000 m2 da área total do Cerejeiras, mais de 50% do terreno é destinado à preservação e recuperação ambiental. Isso porque conservação, preservação e recuperação ambiental são alguns de nossos principais pilares.
O plantio das 530 novas mudas faz parte de um projeto que começou há cerca de 20 anos, com o objetivo de promover a requalificação da biodiversidade, com o reflorestamento, enriquecimento da mata nativa e a criação de um “Cinturão Verde”. O resultado é visível: desde o início do projeto mais de 25 mil árvores já foram plantadas em ações de reflorestamento e recomposição de áreas degradadas e quem visita o Parque das Cerejeiras já pode se sentir abraçado pela floresta.
Como boa parte do nosso espaço já se encontra reflorestado com plantios que datam dos últimos 20 anos, continuamos agora o trabalho de sucessão ecológica com o enriquecimento de nossas matas com espécies secundárias e clímax. Assim almejamos ter uma floresta com alta diversidade vegetal e animal, atingindo assim o seu equilíbrio.
A implantação das 530 novas mudas foi realizada no Bosque Central do Parque das Cerejeiras e as mudas foram distribuídas levando-se em consideração a incidência de luz, espaço físico para desenvolvimento e os trechos onde não tínhamos elevada diversidade de espécies. Assim, espécies secundárias iniciais, secundárias tardias ou clímax foram distribuídas conforme o que se mostra mais propício para o reflorestamento de cada nicho do bosque.
Selecionamos espécies nativas de Mata Atlântica para que atraiam maior variedade de animais.
Entre as espécies escolhidas, estão: Ipê-amarelo, Ipê-branco, Ipê-roxo-7-folhas, Jacarandá-bico-de-pato, Jenipapo, Marmeleiro, Aroeira, Castanha do maranhão, Sibipiruna, Paineira e mais outras 20 espécies diferentes.
Preservação da Mata Atlântica e a contribuição do Cerejeiras.
Preservar o meio ambiente é fundamental para manter a saúde do planeta e de todos os seres vivos que moram nele. A Mata Atlântica é um dos biomas mais biodiversos do mundo e tem extrema importância ambiental para a regulação do clima e do abastecimento de água na região e arredores.
Infelizmente a Mata Atlântica é também um dos biomas mais ameaçados do planeta, contando com apenas 12,5% de suas florestas originais. Não é à toa que a maioria dos animais e plantas ameaçadas de extinção do Brasil pertencem a este bioma.
Dia 27 de maio é o Dia da Mata Atlântica. A data foi instituída por Decreto Presidencial de 1999, e escolhida por proposta do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera em homenagem à Carta de São Vicente, escrita pelo Padre José de Anchieta no final de maio de 1560. Nela, o apóstolo do Brasil e um dos fundadores da Cidade de São Paulo oferece a primeira descrição detalhada da Mata Atlântica, quando compunha ainda um maciço florestal de mais de 1.100.000 km², em perfeito equilíbrio.
Separamos alguns dos principais motivos pelos quais precisamos nos conscientizar sobre sua importância e lutar pela preservação deste bioma.
A Mata Atlântica:
- Regula o fluxo dos mananciais hídricos
- Assegura a fertilidade do solo da região
- Oferece as belezas cênicas de suas paisagens
- Controla o equilíbrio climático
- Protege escarpas e encostas das serras
- É fonte de alimentos e plantas medicinais
- Proporciona lazer, ecoturismo, geração de renda e qualidade de vida
- Preserva um imenso patrimônio histórico e cultural
Nós do Parque das Cerejeiras continuaremos contribuindo para a preservação do meio ambiente através de reflorestamento, educação ambiental e propagação de conhecimento para a comunidade, pois entendemos que é nossa responsabilidade desde agora contribuir para um meio ambiente melhor para as futuras gerações.