Como enfrentar o luto após a perda da mãe?

Enfrentar o luto após a perda da mãe, independentemente da idade e das circunstâncias, é um dos maiores desafios que enfrentamos ao longo da vida. Perder a mãe é como romper uma conexão intensa e profunda e colocar fim a uma relação de afeto construída durante muito tempo com a figura materna e consigo mesmo.

Em seu livro “A soma de todos os afetos”, Fabíola Simão ressalta que “a maior saudade que nós vamos sentir na vida é saudade de mãe… pois é a saudade de nós mesmos!”.

A força desta ligação entre uma mãe e seu filho traduz, entre outras coisas, a magnitude das relações humanas. As mães são a nossa primeira e intensa experiência de amor.

Luto pela mãe: por que enfrentar a morte da mãe é tão difícil?

No mundo animal, os filhotes nascem e após alguns poucos dias ou meses, muito rapidamente se desenvolvem, aprendem a buscar alimento, se tornam independentes e se afastam da mãe. Os humanos somos os únicos seres que, por um bom tempo, precisamos de uma figura de apego e de cuidado para sobreviver. Ao longo do desenvolvimento humano, a mãe ajuda a construir uma estrutura física e emocional, ensinando estratégias de proteção ao perigo e sistema de alerta. Os estudos sobre a Teoria do Apego apontam para a importância dessa dimensão. A função da figura materna é proteger, confortar e garantir a sobrevivência da pessoa apegada.

A figura materna e as relações humanas.

Não podemos deixar de destacar que as relações humanas, mesmo as mais intensas, não são necessariamente seladas somente pelo amor. Temos que considerar, neste universo, que muitos filhos não viveram com suas mães biológicas ou tiveram relações difíceis com suas mães, a ponto de às vezes os afastarem. 

Outros, no entanto, foram cuidados pelo pai, avô, tio, pessoas que desempenharam papel de mãe. Se essa é sua vivência, não se sinta excluído, pense que existiu alguém que cumpriu esta missão de te proteger e cuidar enquanto você não podia cuidar de si mesmo.

Como lidar com a dor de perder uma mãe? A grandiosidade do papel de mãe.

Já dissemos em textos anteriores que o luto é um processo universal e individual, ou seja, cada luto é particular e tem o colorido da relação construída entre os dois sujeitos, afinal, todos nós somos individuais no nosso jeito de ser. 

Desse modo, nenhum luto é igual ao outro, pois não dá para mensurar a tristeza e o luto de cada um. A forma de superar o luto para alguém pode ser diferente da sua. Nenhum luto é menor ou maior do que o outro.

Não existe fórmula, etiqueta e script para seguir. O luto tem que ser vivido e exige de cada enlutado um trabalho de reorganização psicológica vivido em decorrência de uma perda de forte ligação afetiva.

Como viver o luto da mãe? Alguns cuidados para você atravessar esse difícil caminho.

Fique triste quando se sentir triste. Reconheça que o luto é seu e não tem problema não se sentir bem. As pessoas esperam que rapidamente os enlutados voltem a ser o que eram, porém ninguém é a mesma pessoa depois de perder a mãe. Acolha seus sentimentos e permita-se também ser feliz ainda que por alguns instantes. Chore ou sorria se sentir vontade.

  • Não compare seu luto com os irmãos e familiares. Você é único e sua relação com sua mãe também.
  • As pessoas dizem sempre: com o tempo vai passar!  Esqueça esse tempo, pois o seu tempo não tem escalas.
  • Busque, quando se sentir sozinho, uma rede de apoio de pessoas que possam te ouvir sem julgamentos. 
  • Não esqueça da dor, mas continue vivendo, pois outras pessoas estão ao seu redor e gostam de você.
  • Faça suas homenagens, crie seus rituais e valorize os bons momentos vividos que hoje são lindas e eternas memórias.
  • Tente construir para você o legado de sua mãe: algumas atitudes e ensinamentos são lições que a mãe deixa eternamente em nossos corações.
  • Faça a sua homenagem! A saudade vem de uma lembrança e pede um ritual. O ritual não tira nossas dores, mas acalma nossa alma.

Gostaríamos, porém não temos uma fórmula mágica para superar este momento de luto pela perda da mãe. Muito além de uma “solução”, é muito importante enfrentar, dia após dia, o processo de luto.

Lembre-se que, apesar de ser um processo individual, você não precisa passar por ele sozinho. Conte com amigos próximos, pessoas de confiança e profissionais para que o luto seja atravessado de maneira saudável.

Apoio ao luto no Memorial Parque das Cerejeiras.

Para o Parque das Cerejeiras, o suporte ao luto significa praticar a solidariedade com o próximo. Atuamos no apoio ao enlutado, em parceria com o Centro de Psicologia Maiêutica, com foco na saúde espiritual e psicológica dos que enfrentam a perda do ente querido. 

Entre em contato conosco e conheça nosso trabalho.

Este texto foi desenvolvido pelo Centro de Psicologia Maiêutica em colaboração com o Cerejeiras

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O testamento é um documento com validade jurídica que garante que o patrimônio de alguém seja repartido entre os beneficiários por ele escolhidos. Diferentemente do que muitos pensam, o testador (aquele que faz o testamento) não pode dispor de todo o seu patrimônio no testamento, mas de apenas 50% dele. Os outros 50% pertencem obrigatoriamente aos chamados herdeiros necessários, ou seja, aqueles que a lei determina como herdeiros obrigatórios, que podem ser o cônjuge/companheiro(a), os descendentes (filhos, netos, bisnetos) e os ascendentes (pais, avós, bisavós…).

É uma matéria complexa, que está regulada entre os artigos 1.857 e 1.990 do Código Civil Brasileiro.

Requisitos necessários para fazer um testamento:

Para elaborar um testamento, alguns requisitos simples devem ser preenchidos pelo testador:

  • Ser maior de 16 anos de idade.
  • Não ser declarado incapaz por decisão judicial.
  • Estar em plena consciência de seus atos.

Tipos de testamento

O testamento pode ser particular, cerrado (fechado), público, ou especial (marítimo, militar ou aeronáutico). Eles se diferenciam pelo grau de confidencialidade, publicidade, número de testemunhas e algumas características específicas.

Testamento particular:

O testamento particular é feito pelo próprio testador, com a presença de no mínimo 3 testemunhas. Pode ser escrito a próprio punho ou mecanicamente, deve ser lido em voz alta para as testemunhas e depois assinado por elas e pelo testador. É um documento particular: em todo este processo não há o envolvimento de instâncias oficiais e não há a necessidade de reconhecer firmas ou lacrá-lo. 

Após a morte do testador, o documento deve ser apresentado ao juiz, que convocará as testemunhas para sua confirmação, bem como os herdeiros, tornando o testamento público.

Testamento cerrado:

O testamento cerrado, ou fechado, é muito parecido com o testamento particular, porém apenas o testador conhece o seu conteúdo. As testemunhas não assinam o próprio testamento, mas devem estar presentes no momento da entrega do testamento no Cartório de Notas e devem assinar a aprovação do documento juntamente com o tabelião. Após assinado, o tabelião irá lacrar e costurar o testamento, de maneira que, se o lacre for rompido, o testamento perderá sua validade.

Testamento público:

O testamento público é a modalidade mais conhecida e também a mais utilizada. Este tipo de testamento é escrito pelo tabelião de acordo com o disposto pelo testador, lido em voz alta com a presença de ao menos duas testemunhas e então registrado em um Cartório de Notas, assinado por todos. As testemunhas não podem ter grau de parentesco com o testador ou com os herdeiros e devem ser maiores de 18 anos.

Testamentos especiais:

As modalidades especiais de testamento são previstas para casos em que o testador está em situação em que não pode realizar o testamento nas modalidades comuns. O testamento militar pode ser feito por militar ou qualquer outra pessoa a serviço das forças armadas dentro ou fora do país. Este testamento exige a presença de 2 testemunhas, no entanto, em casos de extremo perigo, não precisará ser escrito, podendo ser passado oralmente às testemunhas. O testamento marítimo pode ser feito quando o testador está em alto-mar durante uma viagem e tenha receio de não chegar vivo ou capaz de expressar sua vontade. Também é necessária a presença de duas testemunhas, que poderão ser qualquer dos demais passageiros. O testamento aeronáutico também é feito durante a viagem do testador, seja a bordo de aeronaves militares ou comerciais. O testamento aeronáutico se aplica aos casos em que o testador possui o receio de não chegar vivo ao fim do voo. Em tal caso, como o comandante da aeronave não pode deixar seu posto, o testador pode designar qualquer pessoa do voo para lavrar seu documento.

Sobre quais bens se pode dispor em testamento?

A regra geral é a de que o testador só poderá dispor em testamento de metade de seu patrimônio, ficando a outra metade obrigatoriamente com os herdeiros que a lei determina como necessários. Contudo, é possível que o testador disponha sobre todos os bens de seu patrimônio, desde que observe o quinhão (a quota) dos herdeiros necessários. 

Na situação de um pai ou mãe, viúvo(a), com dois filhos, ele(a) poderá incluir todos os seus bens no testamento, desde que se assegure que cada descendente terá o mínimo de 25% do patrimônio. 

De outro lado, a metade disponível do patrimônio do testador pode ser destinada com ampla liberdade: instituição de caridade, associações ou organizações (religiosas, partidos políticos), familiares (herdeiros necessários ou não), amigos, empregados, enfim, o herdeiro testamentário pode ser quem o testador bem entender.

No caso acima, do pai ou mãe viúvo(a) com dois filhos, o testador poderá, por exemplo, deixar 50% de seu patrimônio a um irmão ou amigo necessitado, desde que deixe 25% de seu patrimônio com cada filho. Dentro desse mesmo limite, o testador poderá designar qual bem caberá a qual filho (um imóvel para o primeiro, outro para o segundo), evitando assim que isso seja objeto de conflito no futuro. Ou ainda privilegiar um filho mais necessitado em detrimento do outro, alocando 75% do patrimônio para um e 25% para outro.

Outra forma de dispor do patrimônio por testamento é vincular uma parcela do patrimônio ou um bem específico a alguém com a ressalva de que o beneficiado deve cumprir uma determinada condição ou finalidade. Por exemplo, não é incomum designar uma parte da herança para alguém com a condição de que passe a cuidar do animal de estimação, ou de que assuma a obrigação de financiar o estudo de um sobrinho, ou de assistir um familiar idoso.

O que pode entrar no testamento?

Além de partes ideais do patrimônio, é possível dispor sobre bens específicos no testamento. É o que se chama "legado", com a possibilidade de indicar quem ficará com determinados imóveis, contas bancárias, veículos específicos, ou bens de caráter cultural ou científico. Alguns exemplos:

  • Professores que legam suas bibliotecas particulares às universidades.
  • Colecionadores de arte que legam suas obras a museus ou instituições culturais.
  • Escritores e compositores que legam os direitos autorais sobre suas obras a instituições apoiadoras da cultura.
  • Cientistas que legam os direitos de exploração de patentes a suas respectivas instituições de pesquisa.

Além dos bens e legados de caráter patrimonial, também é possível incluir condições e obrigações no testamento de natureza extrapatrimonial, como por exemplo: 

  • Funeral e celebrações pós morte do testador.
  • Publicação de escritos privados.
  • Forma de condução de negócios familiares.
  • Destino de animais de estimação.
  • Confissão de dívidas e segredos.
  • Reconhecimento de filho.
  • Nomeação de tutor para cuidar da guarda e administração do patrimônio dos filhos menores e incapazes após a sua morte.
testamento testamento

Quais os benefícios de se fazer um testamento? O testamento é indicado para mim?

Além de garantir que seus bens sejam repartidos entre seus herdeiros da maneira que você deseja, fazer um testamento traz também muitos outros benefícios:

  • Minimizar conflitos entre os herdeiros.
  • Sucessão mais organizada.
  • Procedimento mais rápido e menos oneroso que um inventário judicial.

Algumas circunstâncias podem tornar a elaboração do testamento ainda mais necessária:

  • Pessoas que possuem um significativo número de bens e herdeiros.
  • Casais que convivem em união estável.
  • Pessoas responsáveis pelo sustento de alguém que não é seu herdeiro necessário (irmãos, ex-cônjuges, instituições de caridade, enteados, etc).
  • Proprietários de bens de expressivo valor cultural ou científico.
  • Pais de filhos menores que pretendem a nomeação de tutores.

O testamento garante que suas conquistas materiais sejam repassadas para aquelas pessoas que, na sua perspectiva pessoal e íntima, você elegeu para receber parte de seu patrimônio, além de seus herdeiros necessários. 

Além do controle sobre o destino de seus pertences, o testamento garante que seus familiares e dependentes tenham respaldo jurídico após sua partida. Por isso, é também uma forma de amenizar as complicações diante da perda de um ente querido, evitando conflitos e desentendimentos em durante um momento tão delicado.

Para conhecer nossas soluções, clique aqui.

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15 comentários

  1. Em 2005 perdi minha irmã ivanice com 33 anos para um câncer em maio d 2012 perdi meu pai de AVC .em julho de 2012 perdi meu irmão de 50 anos de infarto fulminante .em 2017 perdi meu outro irmão de parada cardíaca ele tinha 62 anos ,e agora 27/10/2023 perdi minha mãe de Avc mais de todos eu estou sofrendo mais pela minha mãe .

    1. Ivanilde,

      Sentimos muito pela sua perda.

      No comentário acima, deixei um link onde você pode ter acesso às informações dos nossos grupos de apoio ao enlutado, lá você poderá encontrar pessoas que passam pela mesma jornada que a sua e contar com suporte psicológico especializado de forma gratuita e apoio espiritual também.

      Conte com a gente 🙂

  2. Hj está fazendo 13 dias q perdi minha mãezinha, não está sendo nada fácil, ! Eu sempre fui uma pessoa q sempre deu conselhos a ela kkk pois gostava de passiar e tomar umas e eu dizia pra ela ir mais devagar pois ela já era uma senhora , e ela sempre me dizia q gostava de curtir a vida

  3. Hj está com 70 ds que perde minha mãe 😭tá doendo d+dói na alma ela morava comigo ela estava na cadeira de roda a 7 anos e meio amputou uma perna deu trombose ficou internada 4 ms sofrendo e eu com ela 24 hrs foi muito sofrido tanto pra mim qnto pra ela tudo devido ao cigarro a trombose tb foi 100%o cigarro ela era minha companhia 24 hrs eu vivi pra ela qse 8 anos ñ tá fácil tem ds que tô pior igual hj tô muito mau as imagens do hosp o sofrimento dela ñ sai da minha cabeça hj tô com um aroxo no.peito que dói qdo meu pai faleceu fiquei assim tb 6 anos fez em fevereiro que ele faleceu minha mãe 31 de janeiro agora de 2024 perder um pai é duído mas uma mãe dói em dobro!!!

    1. Olá Valéria!

      Sentimos muito pela sua perda, perder pai e mãe é realmente muito difícil.

      Nestes casos, orientamos os encontros mensais de apoio ao luto, onde você pode encontrar
      pessoas que passam pelo mesma jornada e tem acesso a suporte espiritual através da nossa missa e orientação psicológica especializada.

      Confira nossa agenda no link abaixo:
      https://cerejeiras.com.br/eventos/

  4. Perdi minha mãe há 1 ano e meio. Minha única família aqui. Estou me cuidando, mas parece q tudo ficou sem graça..
    Minha ansiedade agravou ..Tive muitos desafios c pessoas e situações onde moro.
    Fico preocupada com futuro..
    Q Deus nos abençoe

  5. Hoje faz 27 dias que perdi minha mãe. Eu estou muito triste ,sou a filha caçula de 4 irmãos mas já tenho 50 anos. Nunca imaginei que doía tanto assim ficar sem minha mãe ,choro todos os dias e estou sentindo muita falta dela .Embora tenho uma família maravilhosa e 3 netas e 1 netinho que me trazem muitas felicidades. Mas não esqueço dela um só minuto , nós éramos muito ligada e ela amava os bisnetos.Uma dor que parece que nunca mais vai acabar.

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