Meliponário Cerejeiras e a importância das abelhas.

Meliponario Cerejeiras

Realizar um trabalho voltado à proteção das abelhas é um desejo antigo no Cerejeiras que começou a ser viabilizado no início de 2021. Entendemos que a abelha é um animal de grande importância para a preservação do meio ambiente, para a sustentabilidade do planeta, e que por isso é nossa responsabilidade proteger a espécie e ajudar na sua propagação. 

A importância das abelhas na natureza.

As abelhas são muito importantes para a polinização vegetal e a diversidade biológica. Elas são fundamentais para a reprodução entre as espécies vegetais, permitindo que estas frutifiquem e gerem sementes em abundância. 

Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), 88% das plantas com flores das matas e florestas e 70% das culturas agrícolas dependem dos animais polinizadores. A polinização das abelhas é fundamental para garantir a existência das florestas e dos alimentos que consumimos. Muitas pessoas não sabem, mas sua extinção nos tiraria muito mais do que apenas o mel: sem as abelhas, muitas outras plantas e animais deixariam de existir.

Abelhas sem ferrão – os meliponíneos.

Assim como no mundo, as abelhas possuem uma grande importância no ecossistema brasileiro. Os chamados meliponíneos, tribo que compreende as abelhas sem ferrão e congrega as espécies nativas do Brasil, são os principais responsáveis pela polinização da grande maioria das espécies vegetais do nosso país. 

As abelhas sem ferrão são encontradas nas regiões tropicais e subtropicais (Américas do Sul e Central, África, Sudoeste da Ásia e Austrália). No Brasil existem cerca de 300 espécies de abelhas sem ferrão, porém ainda são pouco compreendidas e valorizadas. São assim chamadas por possuírem um ferrão atrofiado, sendo incapazes de ferroar.

As abelhas sem ferrão são muito conhecidas entre os povos indígenas que utilizam o seu mel como alimento e adoçante natural. A relação dos povos indígenas com a abelha sem ferrão se reflete nos nomes populares como são conhecidas, de origem tupi, tais como jataí (fruto duro), mandaçaia (vigia bonito), iraí (rio de mel) e mirim (pequeno).

Historicamente, nossas abelhas nativas sofreram com a chegada das abelhas estrangeiras e também com a exploração predatória por meleiros. Hoje, a atividade de produção de mel com as abelhas sem ferrão está mais valorizada, organizada e é conhecida pelo nome de meliponicultura.

Apicultura e Meliponicultura.

Ambos os termos apicultura e meliponicultura designam a criação de abelhas, mas de espécies e origens diferentes.

Apis mellifera

A abelha Apis mellifera é uma das espécies de abelhas “com ferrão”, nativa da Europa, África e parte da Ásia. Introduzida no Brasil no século XIX, espalhou-se rapidamente por todo o continente. 

São as abelhas sociais mais conhecidas, com maior densidade de habitantes por colônia e as que mais produzem mel. Nas colônias apiárias, o mel é armazenado em favos. Na sociedade das Apis, quando se forma uma nova colônia, é a abelha-rainha que migra, deixando uma princesa na colônia original. São também famosas por sua agressividade, sendo capazes de picar (aferroar). Quando se pensa em abelha, a imagem que nos vem à cabeça é justamente a da Apis melífera.

O termo “apicultura”, que nomeia a criação de abelhas com ferrão, é uma referência a esta espécie.

Meliponíneos

As abelhas sem ferrão, ou melíponíneos (meliponini), que incluem as espécies nativas do Brasil, são geralmente pacíficas, até porque possuem um ferrão atrofiado e são incapazes de aferroar. 

Podem ser menos presentes na cultura popular moderna que as Apis, mas são muito valorizadas pelos povos tradicionais indígenas e rurais. Em sua maioria são abelhas sociais e produzem um mel mais saboroso e com baixos teores de açúcares. Seu mel é bastante apreciado na gastronomia e benéfico para a saúde. 

Nas colônias dos meliponíneos, o mel é armazenado em potes. Ao contrário do que ocorre com as Apis, nas sociedades dos meliponíneos, quando se forma uma nova colônia, a abelha-rainha fica na colônia original, deixando uma princesa encarregada da nova colônia. 

O termo “meliponicultora” nomeia a criação de abelhas sem ferrão.

Caixa educativa com abelha Jataí

Abelhas nativas e a ameaça das abelhas estrangeiras.

Em 1860 os jesuítas trouxeram da Europa as abelhas do gênero Apis para o Brasil. Além de terem uma produtividade alta de mel, as abelhas desta espécie produzem uma cera branca, e por isso eram tão valorizadas pelos jesuítas: a cera que produziam era usada para confeccionar as velas das igrejas católicas. 

Em 1956, o biólogo paulista Warwick Estevam Kerr trouxe da África para o Brasil as abelhas africanas, ainda mais agressivas, porém muito mais produtivas.

O cruzamento das duas gerou a espécie híbrida apis africanizada, que hoje é a principal produtora de mel do Brasil. Por possuir grande facilidade de migrar, a abelha africanizada rapidamente se espalhou pelo país, ameaçando a sobrevivência das abelhas nativas.

Sem abelha não tem alimento.

Estima-se que o trabalho realizado “de graça” pelas abelhas tenha um valor econômico equivalente a quase 10% da produção agrícola mundial. No Brasil, mais de 50 milhões de toneladas de produtos agrícolas dependem diretamente da polinização das abelhas.

Parte dos agricultores já perceberam a importância da abelha e pagam para alugar colmeias no período da florada. A presença de abelhas nas plantações ajuda na reprodução das plantas e melhora a sua produtividade.

O declínio da população de abelhas e o Dia Mundial da Abelha.

Infelizmente, a população das abelhas, principais polinizadores da natureza, está em declínio. Os primeiros relatos sobre o desaparecimento em larga escala de abelhas vieram dos Estados Unidos, mas hoje a Europa, a América Latina e, particularmente, o Brasil têm registrado uma grande diminuição da população de abelhas, o que coloca todo o ecossistema em risco.

A destruição de florestas, os grandes cultivos monocultores e o uso de agrotóxicos nocivos nas lavouras são algumas das grandes ameaças à espécie. 

O declínio acentuado da população de abelhas é hoje visto como uma ameaça à sustentabilidade. Por isso, a Assembleia Geral das Nações Unidas instituiu 20 de maio como o Dia Mundial da Abelha. 

O Dia Mundial da Abelha é uma oportunidade para sensibilizar a todos sobre a importância das abelhas e dos polinizadores para a saúde da população humana e do planeta. O propósito é incentivar ações que protejam e ajudem os polinizadores e seus habitats, aumentem sua abundância e mantenham sua diversidade. É sempre importante lembrar que as abelhas e a apicultura desempenham um papel importante não só no meio ambiente, mas também na produção agrícola, apoiando a subsistência rural, criando empregos rurais e melhorando a segurança alimentar e nutricional.

Abelha Jataí e o canudo de cera

Iniciativas ambientais e o longo caminho para preservação das abelhas.

A consciência da importância das abelhas para o meio ambiente é o melhor caminho para a proteção deste pequeno animal que tem uma relevância gigantesca para o meio ambiente.

Muitos projetos ambientais no Brasil e no mundo se dedicam a preservar as abelhas e propagar informação e educação ambiental:

Projeto Cidade Amiga das Abelhas.

O projeto “Cidade Amiga das Abelhas – Polinizando a natureza para a vida” nasceu por iniciativa da organização “Bee or not to be”, no contexto de sua campanha “Sem Abelha, Sem Alimento”, em parceria com a AMESAMPA. O projeto tem como objetivo pautar a gestão pública para que adote praticas que visem a preservação do meio ambiente, a educação ambiental e a sustentabilidade, garantindo uma qualidade de vida melhor para sua população e para o meio em que habitamos – a partir da preservação de seus mais importantes polinizadores.

SOS Abelhas Sem Ferrão.

A organização SOS Abelhas Sem Ferrão acredita que conscientizar é proteger e por isso trabalha para a proteção das abelhas através da educação ambiental, serviços ambientais, pesquisa e campanhas de conscientização. A SOS Abelhas Sem Ferrão é uma grande defensora e ativista pela criação de abelhas nas cidades.

Caixas de abelhas nativas sem ferrão - bosque central do Memorial Parque das Cerejeiras

Resgatando a Meliponicultura

Como resultado da maior conscientização da sociedade civil sobre a importância das abelhas, a meliponicultura vem ganhando cada vez mais adeptos no Brasil. Hoje em dia, a criação das abelhas nativas não está restrita à cultura popular, às populações indígenas e rurais tradicionais, mas tem ganhado o engajamento das cidades e dos cidadãos que entendem a meliponicultura como uma atividade que é sinônimo de sustentabilidade. 

De fato, a criação racional de abelhas sem ferrão diminuiu de forma significativa a atividade extrativista dos meleiros. Técnicas e manejos adequados para o desenvolvimento e a multiplicação de colônias contribuem para o restabelecimento das populações naturais, além de promover a meliponicultura como uma importante atividade formadora de renda por meio da produção de mel e da multiplicação e venda de colônias. 

A meliponicultura valoriza a sustentabilidade em diversos aspectos: pelos produtos que as abelhas nos oferecem (mel, geoprópolis etc.), pelo serviço de polinização de nossas florestas e das culturas agrícola, pelo resgate de uma tradição local, ou pelo simples prazer de observar esses encantadores animais trabalhando nas flores ou em seu ninho. Muitos veem nas abelhas sem ferrão, sociais e pacíficas, ótimos animais de estimação.

Meliponário Cerejeiras: nossa parceria com a SOS Abelhas Sem Ferrão.

Nós do Memorial Parque das Cerejeiras temos como um de nossos pilares a Sustentabilidade e o Meio Ambiente. Estamos empenhados em preservar a natureza que nos cerca e espalhar conhecimento através da informação, educação ambiental, e estruturas sustentáveis em nosso espaço.

Por isso, estamos orgulhosos em poder ter feito do projeto do Meliponário Cerejeiras uma realidade em abril de 2021, em parceria com o SOS Abelhas Sem Ferrão. Nosso projeto tem o objetivo de introduzir ou ampliar a população de algumas espécies de abelhas nativas, tais como jataí, iraí, mandaçaia, mirim guaçu, entre outras. 

Além de preservar o meio ambiente e potencializar nossos projetos de requalificação e conservação florestal, contamos com o Meliponário Cerejeiras como um projeto educacional, capaz de promover a educação sobre a importância da abelha no meio ambiente, naturalizando o convívio entre nossas abelhas nativas e os visitantes do Parque das Cerejeiras.

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O falecimento de alguém sempre deixa uma família em luto. Faltam palavras para expressar nosso pesar e manifestar nosso desejo de amparar a família enlutada. Os primeiros passos parecem claros: ir ao velório, enviar flores, enviar um cartão ou uma mensagem. Os dias e meses que seguem serão inevitavelmente difíceis para a família em luto. Se você for um parente não tão próximo do falecido e deseja dar suporte à sua família ou se você é amigo da família ou de alguém que perdeu seu ente querido, confira nossas dicas.

4 tópicos importantes sobre como ajudar uma família em luto.

Não compare o sofrimento: cada família em luto reage de uma forma.

Cada pessoa reage de forma diferente diante de uma perda. Enquanto uns choram, outros se calam, alguns focam em reconstruir a vida rapidamente, enquanto outros precisam de mais tempo. Existem diferentes formas de viver o luto e elas não medem o amor que cada um tinha pela pessoa que faleceu. É importante respeitar a forma como cada familiar vive seu luto, sem julgamento ou críticas. Cada pessoa ama e sofre do seu próprio jeito.

A família em luto precisa ficar unida: valorize a união familiar.

Famílias que mantêm a união familiar após o falecimento de um membro têm maior chance de ter um luto saudável e reconstruir laços futuros, podendo sair deste processo mais unidas do que antes. Gastem um tempo para conversarem entre si, visitem uns aos outros, ofereçam ajuda prática, chorem juntos e procurem tomar decisões compartilhadas.

Aceite as mudanças: resistir ou não se adaptar à nova realidade é comum entre as famílias em luto

Ninguém ocupará o lugar da pessoa falecida, por isso todos terão que aceitar as mudanças e passar a fazer coisas que não faziam antes, desde coisas mais simples até as mais complexas como mudar de casa, buscar um trabalho, se adaptar ao novo padrão de vida, dentre outras coisas. Muitas mudanças ocorrem para que a família se reorganize novamente e isso pode levar meses ou anos, portanto procure ser flexível diante do novo. Aceitar as mudanças pode ser um grande passo para o luto familiar.

Escute mais e fale menos: a família em luto deve ser ouvida, não julgada.

Se o luto pode ter efeitos tão intensos sobre a saúde mental e física, o que podemos fazer para não complicá-lo ainda mais? A família e os amigos são redes de apoio importantes, mas é preciso ter a empatia de escutar mais do que falar, pois quem escuta “acolhe” e quem fala costuma não escutar e, ao contrário, “julga”

Luto familiar e a importância de receber apoio externo.

Gestos carinhosos de pessoas queridas ajudam muito no processo de luto. O luto familiar requer tempo, compreensão, paciência e muito apoio. As demonstrações de carinho, as ofertas de ajuda com as atividades do dia a dia e todo o suporte será sempre lembrado com muita gratidão pela família enlutada. Algumas atitudes podem tornar o processo de luto um pouco mais leve. Considere sempre seu nível de intimidade com o enlutado para que seu comportamento não seja invasivo e respeite sempre a vontade da família em luto.

Sugestões do que fazer e como ajudar uma família em luto se você for...

Vizinho ou amigo próximo:
  • Ofereça ajuda para arrumar a casa, cuidar dos bichos ou plantas.
  • Convide essa pessoa para um almoço ou café agradável.
  • Mande mensagens de carinho por whatsapp algumas vezes por semana.
  • Escute pacientemente e empaticamente ao enlutado.
  • Se o problema for um ente querido hospitalizado, ofereça companhia para visitas ou até mesmo para dormir no hospital.

Sugestões do que fazer e como ajudar uma família em luto se você for...

Vizinho ou amigo próximo:
  • Ofereça ajuda para arrumar a casa, cuidar dos bichos ou plantas.
  • Convide essa pessoa para um almoço ou café agradável.
  • Mande mensagens de carinho por whatsapp algumas vezes por semana.
  • Escute pacientemente e empaticamente ao enlutado.
  • Se o problema for um ente querido hospitalizado, ofereça companhia para visitas ou até mesmo para dormir no hospital.
Colega de trabalho/faculdade:
  • Ofereça apoio em tarefas laborais como cobrir reuniões e afins que a pessoa não pode ou precisa comparecer.
  • Esteja disponível para ajudar em matérias da faculdade, remanejar prazos e informar aos professores o motivo da ausência, se necessário.
  • Se a pessoa for parte da sua equipe de liderados, seja compreensivo e permita/ofereça uma flexibilidade de horários.
  • Incentive os colegas de trabalho a escrever um cartão carinhoso para a volta da pessoa de luto ao trabalho.
  • Deixe um bilhetinho ou envie um e-mail com uma mensagem agradável em sua mesa.
  • Indique alguma técnica ou aplicativos de meditação e outras práticas que promovem o bem estar.

Como se expressar ao oferecer suporte durante o luto familiar

O momento é difícil para todos e, mesmo com ótimas intenções, muitas pessoas cometem “gafes” ou se expressam de maneira errada. Leve em consideração as dicas que preparamos a seguir

O que dizer e o que evitar ao conversar com uma família em luto

Substitua o “Como você está?” por “Deve ser um momento muito difícil para você, mas você não está sozinho” Troque o "Ele/ela está em um lugar melhor” por "Eu sinto muito pela sua perda" Não diga “Isto acontece com todos nós em algum momento”, e sim “Você deve sentir muita falta dele” Evite “Você está lidando com isto melhor do que eu esperava”, e tente falar “Você não deve estar bem, e tá tudo bem se sentir assim." Nunca diga:
  • “Você ainda pode casar de novo”
  • “Ele(a) descansou.”
  • “Deus sabe sempre o que faz”
  • “Me disseram que ele(a) morreu de maneira trágica, como foi?”
  • “Não sei se serve de consolo, mas o meu caso foi bem pior que o seu, porque…”
  • “Pare de chorar, ele(a) não fica feliz com isto de lá onde ele(a) está”
A melhor forma de escolher o que dizer e como agir é se colocar no lugar da família enlutada e pensar o que você gostaria de escutar e como gostaria que as pessoas ao seu redor agissem. Se você já perdeu um ente querido e passou por uma situação de luto familiar, fica mais fácil compreender, no entanto, tenha em mente que cada pessoa é única em sua forma de responder às diversas dificuldades da vida e lida com os sentimentos de maneira também muito particular. Respeite sempre o tempo, a vontade e o espaço de cada um ao ajudar uma família em luto, mas saiba que seu apoio é muito importante neste momento. Este texto foi desenvolvido pelo Centro de Psicologia Maiêutica em colaboração com o Grupo Cerejeiras" ["post_title"]=> string(36) "Família em Luto, saiba como ajudar." ["post_excerpt"]=> string(0) "" ["post_status"]=> string(7) "publish" ["comment_status"]=> string(4) "open" ["ping_status"]=> string(4) "open" ["post_password"]=> string(0) "" ["post_name"]=> string(23) "sobre-a-familia-em-luto" ["to_ping"]=> string(0) "" ["pinged"]=> string(0) "" ["post_modified"]=> string(19) "2024-06-27 10:36:16" ["post_modified_gmt"]=> string(19) "2024-06-27 13:36:16" ["post_content_filtered"]=> string(0) "" ["post_parent"]=> int(0) ["guid"]=> string(42) "https://cerejeiras.com.br/sitenovo/?p=3338" ["menu_order"]=> int(0) ["post_type"]=> string(4) "post" ["post_mime_type"]=> string(0) "" ["comment_count"]=> string(1) "0" ["filter"]=> string(3) "raw" }

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