humanidade-em-luto

Períodos de guerra e a humanidade em luto.

humanidade-em-luto

O luto não começa necessariamente quando perdemos alguém que amamos, mas quando perdemos uma perspectiva de vida. Sendo assim, enfrentamos o luto também quando vivenciamos rupturas e perdas, como o fim de um relacionamento ou a demissão do trabalho.


Guerras e conflitos armados são catástrofes que marcam a história e geram sentimentos de luto para o mundo inteiro, não apenas para os países envolvidos no combate.

Como as guerras interferem no luto de todos.

Antes dos anos 1960, eram escassos os trabalhos científicos sobre trauma e luto coletivo.

Após os horrores vividos durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), um grupo de psicanalistas foi pioneiro em estudar os efeitos da guerra nos combatentes da perspectiva individual das neuroses traumáticas. Na Alemanha da segunda metade dos anos 1940 e dos anos 1950, o período pós Segunda Guerra Mundial (1939-1945) foi marcado pela construção de uma defesa contra as lembranças do passado, em que se evitava o enfrentamento, na tentativa de amenizar a dor de um período com tanto sofrimento.


Foi somente após a Guerra do Vietnã que pesquisadores começaram a se dedicar, nos Estados Unidos, a investigações mais amplas dos efeitos do trauma pós-guerra. Em 1980 criou-se então o termo “estresse pós-traumático” que é utilizado até os dias atuais.


No Brasil, o período da ditadura militar também causou traumas e a necessidade de elaboração do luto social. A Comissão Nacional da Verdade foi a responsável por examinar e esclarecer, entre 2012 e 2014, as violações de direitos humanos ocorridas no período, com a finalidade de resgatar a memória e a história do período. Tinha como objetivo permitir que o passado traumático, violento e abusivo fosse validado no país, trazendo o conforto de ter o luto compartilhado e reconhecido.


A guerra da Ucrânia, que teve início em fevereiro de 2022, foi noticiada em todos os meios de comunicação do mundo. Dias após uma série de ameaças e de ter reconhecido a independência de duas províncias separatistas do leste ucraniano, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, decidiu invadir a Ucrânia. As cenas de sofrimento, de destruição e de morte de civis em um país europeu em pleno século XXI vêm causando comoção em todos os cantos do mundo. As tecnologias modernas e as redes sociais facilitam o compartilhamento não só de informações, mas dos sentimentos experimentados por todos diante da guerra na Ucrânia.


Assim como a Segunda Guerra Mundial, que marcou o século XX, ou a Guerra da Ucrânia, que surpreendeu o mundo em 2022, a elaboração do luto originado por cada conflito armado capaz de gerar um luto coletivo perpassa gerações, e sua complexidade pode levar muitas décadas para ser entendida.

Tempos de tristeza e luto durante a pandemia.

Não são somente as guerras engendram luto social e coletivo. Os três anos entre 2020 e 2022 foram marcados por muitas mortes decorrentes da pandemia do COVID-19. Estamos diante de milhares de famílias em luto, que nessas circunstâncias da pandemia tiveram muitas privações nos encaminhamentos do funeral e das despedidas.


Os rituais de despedida (velório, sepultamento/cremação) favorecem um espaço onde amigos e familiares compartilham a experiência de perda, o sofrimento, as histórias e se despedem do falecido. A nova vivência desses rituais modificados e suprimidos, para conter a contaminação, restringindo o tempo e as visitas e muitas vezes mantendo o caixão lacrado, podem trazer muitas dificuldades para a elaboração dos lutos dos familiares e amigos.


Confira nosso texto Luto pela COVID-19: como compreender a finitude em tempos de pandemia?

Luto coletivo e luto antecipado.

Já falamos aqui sobre o Luto coletivo e a morte de pessoas famosas e sabemos que é importante que o luto coletivo seja demonstrado tanto quanto o luto pessoal, já que se trata de um momento de sensibilidade, de vulnerabilidade, no qual as emoções precisam ser expressas.


Períodos de guerra, assim como diagnósticos de doenças incuráveis trazem também um tipo diferente de luto, o luto antecipatório. Neste contexto, luto é o sofrimento e ressignificação que acontece quando a perda não aconteceu de fato, mas existem altas chances de morte.


Durante o período da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) observou-se que as esposas dos soldados que iam para a guerra enfrentavam dificuldades de incluírem os maridos novamente em sua vida quando eles voltavam.


Neste contexto, as esposas já iniciavam o processo de luto na partida de seus maridos, pois havia grandes chances de eles não retornarem com vida. No luto antecipatório não é a morte que inicia a elaboração do luto, mas sim a separação.

Suporte ao luto no Parque das Cerejeiras

Nós do Memorial Parque das Cerejeiras estruturamos programas para, de forma gratuita, prover atenção profissional e disponibilizar informação qualificada para o processo de compreensão e aceitação da transição pessoal que representa o luto.


Oferecemos palestras com profissionais da psicologia especializados em luto. Por meio de grupos de apoio ao enlutado, auxiliamos na abertura para a discussão coletiva e para a compreensão do significado da perda.


Nosso foco é propiciar ferramentas para processar o momento do luto, para amparar emocional e espiritualmente, para superar o trauma representado pela perda.


Atribuímos grande importância a eventos como o Dia de Finados, o Dia das Mães e o Dia dos Pais, datas em que preparamos atividades especiais para celebrar a memória dos que descansam no Parque das Cerejeiras.

Para conhecer nossas soluções, clique aqui.

                            object(WP_Post)#13821 (24) {
  ["ID"]=>
  int(7483)
  ["post_author"]=>
  string(2) "10"
  ["post_date"]=>
  string(19) "2021-01-29 17:27:02"
  ["post_date_gmt"]=>
  string(19) "2021-01-29 20:27:02"
  ["post_content"]=>
  string(8807) "																

Quais são as fases do luto e o que fazer para superar?

O Luto é um processo natural que faz parte de nossas vidas. 

Todos nós passamos em média por 15 lutos com a morte de pessoas próximas durante nossas vidas. Na ordem natural da vida, perdemos nossos avós, pais, sogros, tios e eventualmente irmãos, primos e  amigos próximos. Também existe a possibilidade de sofrermos por perdas trágicas e inesperadas como a de filhos.

O luto acontece com todos nós, o que varia é a intensidade com que os seus sentimentos serão vivenciados. Para alguns, o luto parece eterno, para outros, é apenas mais uma etapa da vida em que o tempo irá resolver.

O que é o luto?

O luto é uma resposta emocional normal de sofrimento, que acontece após a perda de uma conexão afetiva muito forte, seja com uma pessoa, animal, objeto ou com um bem imaterial, como o emprego, por exemplo.

Esta resposta perante a perda varia bastante de pessoa para pessoa e, por isso, não existe um período específico para determinar o quanto deve durar o luto de cada pessoa. Ainda assim, a Associação Americana de Psiquiatria definiu alguns parâmetros para ajudar a identificar o luto patológico, que não é saudável e que deve ser tratado.

A forma como cada pessoa vive o luto depende de vários fatores como a relação que tinha com a pessoa falecida, o tipo de apoio familiar ou social e a personalidade de cada um.

Fases do luto

O processo de luto é muito diferente de uma pessoa para a outra e, dessa forma, existem várias maneiras de expressar os sentimentos que a morte e a perda podem causar. No entanto, é comum que o processo de luto esteja dividido em 5 fases:

Negação: Ao receber a notícia de que se perdeu algo ou alguém com quem se tinha uma ligação muito forte, é muito possível que, numa primeira fase, a pessoa não acredite na notícia, sendo possível observar uma reação de negação.

Esta reação pode ainda ser acompanhada de um afastamento das outras pessoas, que geralmente serve para ajudar a aliviar a dor e outros efeitos negativos que este tipo de notícia traz.

Raiva: após a pessoa ter negado o acontecimento, é frequente que surjam sentimentos de raiva, que podem ser acompanhados de outros sinais como choro constante e aborrecimento fácil, mesmo com amigos e família. Pode ainda existir inquietação e ansiedade.

Negociação: É normal que a pessoa continue com uma certa dificuldade para aceitar a realidade e, por isso, pode tentar chegar a um acordo para sair da situação que está vivendo. Nesta fase, a pessoa pode até tentar fazer um acordo com Deus, para que tudo volte a ser como era antes.

Este tipo de barganha varia de pessoa para a pessoa e, muitas vezes, é algo que se faz de forma inconsciente, a menos que se esteja fazendo acompanhamento com um psicólogo ou psiquiatra.

Depressão: Durante esta fase a pessoa entra no processo de se acostumar com a situação e, por isso, podem existir sentimentos de fragilidade, insegurança, mágoa e nostalgia.

É nesta fase que a pessoa começa a ter maior noção da realidade e de que, o que aconteceu, não pode ser resolvido. É também nesta fase que se recomenda o acompanhamento com um psicólogo para ajudar na adaptação à nova realidade, de forma a entrar na última fase do luto.

Aceitação: Esta é a fase final do processo de luto, em que a pessoa começa a recuperar os hábitos que tinha antes do acontecimento que causou a perda, retomando sua rotina diária normal. É a partir desta fase que a pessoa também passa a estar mais disponível para as relações sociais com amigos e família.

Sintomas do luto

Além das que citamos aqui, há também uma lista comum de reações emocionais e psicossomáticas que caracterizam o luto:

  • Crises de ansiedade;
  • Estresse;
  • Crises de choro;
  • Dores de cabeça;
  • Compulsão alimentar;
  • Melancolia e culpa;
  • Insônia;

Desânimo intenso para realizar qualquer atividade.

Assim como tantos outros transtornos e doenças emocionais, a psicoterapia é uma das atividades que pode ajudá-lo a superar o luto. A perda de um ente querido não deixa de ser um evento estressor e a mente tende a reagir a algo que ameaça a sua integridade.

A reorganização dos pensamentos e sentimentos advindos dessa dor são estratégias fundamentais para uma readaptação saudável.

O que pode ajudar nesse momento?

  • Respeite as fases do luto; 
  • Compartilhe seus sentimentos; 
  • Mantenha a memoria do seu ente viva; 
  • Participe de grupos de apoio;
  • Rodei-se de pessoas queridas;

Além destas estratégias, é sempre uma boa opção consultar um especialista, como um psicólogo ou psiquiatra, que poderá avaliar o caso e sugerir outras opções para ajudar a superar melhor o processo de luto.

Materiais de Apoio

Destacamos os materiais que elaboramos e que distribuímos para suporte aos enlutados:

Para conhecer nossas soluções, clique aqui.

" ["post_title"]=> string(26) "Passos para superar o luto" ["post_excerpt"]=> string(0) "" ["post_status"]=> string(7) "publish" ["comment_status"]=> string(4) "open" ["ping_status"]=> string(4) "open" ["post_password"]=> string(0) "" ["post_name"]=> string(26) "passos-para-superar-o-luto" ["to_ping"]=> string(0) "" ["pinged"]=> string(0) "" ["post_modified"]=> string(19) "2025-04-23 11:14:19" ["post_modified_gmt"]=> string(19) "2025-04-23 14:14:19" ["post_content_filtered"]=> string(0) "" ["post_parent"]=> int(0) ["guid"]=> string(42) "https://cerejeiras.com.br/sitenovo/?p=7483" ["menu_order"]=> int(0) ["post_type"]=> string(4) "post" ["post_mime_type"]=> string(0) "" ["comment_count"]=> string(1) "0" ["filter"]=> string(3) "raw" }

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *