O Luto dos animais – Será que os animais têm consciência da morte?

É muito comum associar a consciência da morte como algo único e especial nos seres humanos, não compartilhado pelos animais. Entender a perspectiva de que todos nós somos mortais também está na raiz das religiões humanas. Apesar disso, até hoje a ciência ainda não tem uma resposta consensual para a hipótese de que animais possam ter algum nível de consciência da perspectiva da própria morte.

O luto dos chimpanzés.

Por outro lado, já se pode afirmar que ao menos certas espécies de animais têm consciência da morte de outro indivíduo e são capazes de experimentar o luto. O biólogo holandês Frans de Waal, especialista no comportamento e psicologia dos primatas, nos traz relatos surpreendentes a respeito de como os chimpanzés e os bonobos (espécie mais pacífica de chimpanzés) lidam com a morte de um membro de sua comunidade.

Segundo Waal, a reação dos primatas à morte de um companheiro sugere que eles têm dificuldade em aceitar o evento da morte. Mães insistem em carregar seus filhos falecidos, até que o estado do corpo comprove que a situação se tornou absolutamente irreversível. Os primatas testam o corpo inerte, tentam reanimá-lo, e alternam expressões de revolta, frustração e conformismo. Parecem compreender que a transição da vida para a morte é definitiva e irreversível.

O biólogo relata que muitas das reações se assemelham às formas com que os seres humanos tratam seus mortos, limpando, cuidando e velando o corpo. Neste ponto os humanos muitas vezes vão além dos primatas, oferecendo objetos para a viagem de transição, baseando-se na crença da continuidade da vida. Apesar da semelhança, não há como provar cientificamente que os primatas ou outros animais possam ter esse tipo de crença em uma vida após a morte.

Um exemplo trazido por Waal é o da morte da chimpanzé Pansy, uma fêmea idosa, ocorrida no Parque Blair Drummond, na Escócia. Capturada em vídeo, a cena de sua morte mostra que, nos momentos que antecederam seu falecimento, outros chimpanzés de seu núcleo, observando seu sofrimento, passaram a cuidar de Pansy de forma carinhosa e afetiva. A filha de Pansy permaneceu junto dela em vigília durante a noite. Os vídeos também mostraram que os chimpanzés tocavam e testavam o corpo de Pansy, em busca de sinais de vida e de respiração no momento da morte.

O luto dos elefantes.

Os elefantes cumprem rituais após a morte de um companheiro, indicando compreensão de que a morte é definitiva. Eles coletam ossos e as presas de marfim de um indivíduo morto de sua manada, segurando pela tromba e circulando esses fragmentos para os demais membros do grupo, numa espécie de cerimônia fúnebre. Alguns elefantes retornam ocasionalmente, durante anos, para o local do falecimento de um familiar, para tocar e inspecionar os resquícios do corpo.

Essas atitudes nos conduzem a indagar: será que alguns animais são capazes de sentir saudades do familiar falecido? Lembram-se dele em vida? Ainda que não haja uma resposta satisfatória para essas perguntas, hoje em dia os etólogos (cientistas que estudam o comportamento dos animais) aceitam que os seres humanos não são os únicos seres capazes de entender, temer e se mostrarem fascinados pela ideia da morte.

Consciência da própria morte no processo de luto dos animais.

Uma coisa é ter consciência da morte dos outros, outra bem diferente é a possibilidade de ter consciência da própria morte. Será que a compreensão da morte demonstrada por algumas espécies de primatas e paquidermes se estende à consciência da perspectiva da própria mortalidade?

Para ilustrar este ponto, Frans de Waal nos conta a história de um jovem chimpanzé macho, chamado Reo, registrada no Instituto de Pesquisas sobre Primatas da Universidade de Kyoto, do Japão.

Rheo estava no auge de sua vida, quando ficou paralisado do pescoço para baixo por conta de uma mielite (inflamação na medula). O chimpanzé emagreceu e ficou bastante debilitado. Apesar disso, seu comportamento permaneceu inalterado: continuava com as brincadeiras de sempre e o mesmo espírito gozador que tinha antes da paralisia. Ele parecia não se preocupar com o próprio futuro, apesar da gravidade da situação. Essa indiferença foi associada pelos observadores a uma possível ausência de compreensão da perspectiva da mortalidade.

Ocorre que, sendo Rheo um jovem adulto, esse comportamento também pode ser associado à não-aceitação da própria morte, reação mais comum nos jovens do que nos mais velhos também nos seres humanos. Por isso, a história de Rheo tampouco é capaz de descartar a possibilidade de entendimento da finitude.

Certamente a continuidade das pesquisas científicas da etologia, em instituições como como o Instituto de Pesquisas sobre Primatas da Universidade de Kyoto, ou o Centro Nacional de Pesquisas com Primatas Yerkes da Universidade de Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos, nos ajudarão a compreender cada vez mais como se dá a compreensão da morte pelos animais, em especial pelos primatas. 

Suporte ao enlutado no Parque das Cerejeiras.

Entender cientificamente as nuances do luto, estudar as pesquisas realizadas e compreender melhor como a perda de um ente querido afeta nossas vidas é muito importante para prestarmos o devido suporte ao enlutado, um dos nossos principais pilares. Nós do Memorial Parque das Cerejeiras buscamos continuamente informações e contamos com profissionais qualificados para oferecer os melhores serviços e amparar as famílias neste momento tão difícil. 

Sabemos que o processo de elaboração da perda pode ser complexo e doloroso. Por isso, estruturamos programas para, de forma gratuita, prover atenção profissional e disponibilizar informação qualificada para o processo de compreensão e aceitação da transição pessoal que representa o luto. 

Oferecemos palestras com profissionais da psicologia especializados em luto. Por meio de grupos de apoio ao enlutado, auxiliamos na abertura para a discussão coletiva e para a compreensão do significado da perda.

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Você sabe quando usar as palavras “pêsames” e “condolências”? Em um momento de luto de uma pessoa próxima ou de um conhecido, muitas pessoas ficam em dúvida a respeito de como se expressar. Em geral, temos pouca familiaridade com termos como “pêsames” ou “condolências”. Hesitamos sobre quais palavras e expressões utilizar para expressar nossa solidariedade com quem viveu uma perda recente.

Como expressar os pêsames? Confira algumas mensagens para o enlutado.

Em um artigo anterior, tratamos com profundidade das maneiras de enviar condolências após a morte de entes queridos

Ali, abordamos as formas de transmitir uma mensagem de apoio a quem está enfrentando a morte de um ente querido, sugestões de como se comportar com naturalidade, sendo verdadeiro e sincero a respeito dos seus sentimentos.

Também destacamos várias ideias de mensagens de condolências que podem ser enviadas em cada situação. Dependendo do tipo da relação e o grau de intimidade com o enlutado, que pode ser um familiar, um amigo ou um colega de trabalho, o conteúdo da comunicação será diferente. 

Se você estiver buscando ideias de mensagens de pêsames ou condolências, recomendamos que consulte o artigo: “Maneiras de enviar condolências após a morte de entes queridos”. Lá você poderá consultar sugestões de parágrafos ou frases para expressar seu lamento.

O interessante é que, naquele artigo, falamos das mensagens de condolências, mas nunca utilizamos a palavra “pêsames”. Isso levou a algumas perguntas de leitores do blog: Existe alguma diferença entre a mensagem de pêsames e a mensagem de condolências? Ou essas duas expressões têm o mesmo significado?

Pêsames e condolências possuem significados muito próximos.

Tanto a palavra “condolências” quanto a palavra “pêsames” são usadas na língua portuguesa para qualificar as mensagens ao enlutado. Ambas estão corretas e são vistas como sinônimos.

Assim, em uma mensagem curta de apoio ao enlutado, é possível escrever pêsames ou condolências, e o significado será o mesmo. Por exemplo: 

  • “Minhas condolências pela sua perda, amiga”.
  • “Meus pêsames pela sua perda, amiga”.

Também é possível não usar nenhuma delas, substituindo por sentimentos, ou expressar seu lamento, sem alterar o conteúdo da mensagem:

  • “Meus sentimentos pela sua perda, amiga”.
  • Lamento sua perda, amiga”.

Todas essas mensagens são similares e expressam a compaixão pela perda do outro.

Pêsames ou condolências? Quais as principais diferenças e quando usar cada uma das palavras?

Por outro lado, duas palavras podem ser utilizadas para um mesmo objetivo, mas raramente serão sinônimos perfeitos. Por isso, os estudiosos das línguas dizem que os sinônimos são normalmente palavras com sentidos próximos, mas não exatamente equivalentes. 

No caso dos pêsames e das condolências, podemos destacar alguns traços particulares de cada vocábulo.

A condolência é o estado de quem se condói. Na raiz da palavra, encontramos o conceito de “dor”. Quando manifestamos nossas condolências a alguém, estamos dizendo que sentimos aquela dor juntamente com essa pessoa, que partilhamos desse sentimento. Alguns dicionários trazem palavras similares como “comiseração”, “compadecimento” e “compaixão” como possíveis significados de condolência. Percebe-se a ideia de um sentimento de pena ou dor comum, compartilhado entre o que dá e o que recebe as condolências, como marca distintiva da palavra.

Já o termo “pêsames” tem origem na expressão verbal “pesa-me”. Neste caso, quem oferece os pêsames expressa o seu próprio sentimento, manifestando que aquela situação de sofrimento do outro lhe traz um peso, uma pena grande. A diferença é sutil, porque a ideia de compaixão também está presente no contexto de quem oferece os pêsames. Mas o destaque fica com o sentimento de pesar, de fardo vivido pela situação do outro. 

Para alguns, a palavra “pêsames” é mais soturna e lúgubre. Pode soar mais negativa que a palavra “condolências”, que parece mais neutra. Além das pequenas diferenças de origem e significado, uma outra explicação é o uso dos pêsames quase que exclusivamente para mensagens de luto pela morte de alguém, vinculado ao ambiente de um funeral, enquanto as condolências podem ter um emprego mais abrangente.

Pêsames e condolências em francês e inglês.

É interessante notar que em línguas como o inglês e o francês não existe um termo correspondente a “pêsames”. Apenas as versões de “condolências” em cada idioma (“condolences”, “condoléances”) são utilizadas para expressar a compaixão pela perda do outro.

Tanto condolências quanto pêsames são palavras mais formais. Para muitos, essas palavras ficam melhor em uma mensagem escrita que em uma mensagem oral. Para outros, são termos que soam artificiais. Por isso, quem não se sente confortável com uma linguagem formal, pode dar preferência a palavras de uso mais comum, como “sentimentos”, que cumprirá a mesma função.

O importante é expressar os pêsames com sinceridade, respeito e compaixão.

Independentemente da palavra escolhida, o mais importante é manifestar sua solidariedade. Estar presente no momento de dor do outro, para oferecer suporte ou simplesmente mostrar seu carinho, será motivo de gratidão. Entendendo a dor do outro, o contexto de sua relação com o enlutado e com o falecido, você poderá adaptar sua mensagem de pêsames ou condolências para que suas palavras sejam ouvidas como palavras sinceras, respeitosas e compassivas. 

Seja com “meus pêsames”, com “minhas condolências” ou com “meus sentimentos”, o importante é se fazer presente e mostrar que você se importa.

pêsames e condolências pêsames e condolências

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