Setembro Amarelo – Quando surgiu, objetivos e importância.

Setembro Amarelo é o nome dado à campanha de prevenção e conscientização do suicídio. A campanha é realizada anualmente com o intuito de aumentar o acesso à informação sobre o tema. O preconceito e a desinformação são os principais fatores que mais impedem que as pessoas encontrem suporte quando precisam.

No dia 10 de setembro é o dia mundial da prevenção do suicídio e por isso o mês foi escolhido para intensificar debates e disseminar informações sobre o assunto.

O que significa Setembro Amarelo?

Em setembro, o Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) se unem para divulgar, debater e conscientizar sobre a importância da prevenção do suicídio.

Falar sobre suicídio sempre foi um tabu, tanto que mitos sobre este tema dificultam a busca adequada por ajuda, como por exemplo “quem muito ameaça não faz” ou “sempre dão indícios”. Cada caso é um caso e quase sempre familiares e amigos são surpreendidos com o falecimento por suicídio de alguém próximo e precisam conviver com sentimentos misturados de dor, raiva e culpa. 

É importante conscientizar a população sobre o cuidado com a saúde mental, além de fornecer meios de identificar situações extremas – como o suicídio – ou até mesmo acolher pessoas que estejam passando por algum tipo de dificuldade emocional. Graças à campanha, a barreira da desinformação tem sido derrubada e as informações ligadas ao tema passaram a ser compartilhadas cada vez mais.

Qual a importância do Setembro Amarelo?

A Organização Mundial da Saúde (OMS), aponta que o suicídio é a segunda causa de mortes entre jovens de 15 a 29 anos, e a depressão é um dos principais transtornos mentais que leva ao suicídio. Em todo o mundo, 800 mil de pessoas cometem suicídio por ano, sendo que os homens cometem quatro vezes mais suicídio do que as mulheres, independente da faixa etária. Estima-se, ainda, que para ato concretizado, se tem 8 a 10 tentativas sem sucesso

Como surgiu o Setembro Amarelo no Brasil?

No Brasil, essa campanha foi criada em 2015 pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), com a proposta de associar a cor ao mês que marca o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. Outras campanhas de saúde, como o Outubro Rosa e Novembro Azul, também utilizam cores como forma de alerta e de identificação sobre as questões que abordam.

Qual a origem da campanha Setembro Amarelo e como a cor amarela foi escolhida?

O Setembro Amarelo começou nos EUA, quando o jovem Mike Emme, de 17 anos, cometeu suicídio, em 1994.

Mike era um rapaz muito habilidoso e restaurou um automóvel Mustang 68, pintando-o de amarelo. Por conta disso, ficou conhecido como “Mustang Mike”.

No dia do velório, foi feita uma cesta com muitos cartões decorados com fitas amarelas. Dentro deles tinha a mensagem “Se você precisar, peça ajuda.”. A iniciativa foi o estopim para um movimento importante de prevenção ao suicídio, pois os cartões chegaram realmente às mãos de pessoas que precisavam de apoio. Em consequência dessa triste história, foi escolhido como símbolo da luta contra o suicídio, o laço amarelo.

Setembro Amarelo e o luto após suicídio de um familiar.

O famoso pintor holandês Vicent Van Gogh (1853- 1890) escreveu: “O suicídio faz com que os amigos e familiares se sintam seus assassinos”.

Quando uma pessoa comete suicídio, sabe-se que a vida foi tirada intencionalmente, por isso, é comum que familiares e amigos procurem dar sentido ao ato ou justificativas/ sentido para sua própria vida. Estudos mostram que enlutados pelo suicídio têm maiores riscos de também cometer suicídio.

O processo de luto decorrente de um suicídio de uma pessoa importante gera emoções intensamente confusas e ambivalentes, e passíveis de levar a um luto complicado. Além da dor do momento, muitas perguntas ficam no ar: “Por que isso aconteceu?”, “Como eu não percebi nada?”, “Será que eu poderia ter evitado?”. 

O suicídio repercute em diversos níveis na vida dos familiares e pessoas próximas, tanto do ponto de vista social como individual. O sentimento de culpa, tristeza e raiva se intensificam no meio de questionamentos sem respostas.

Como identificar sinais de um potencial suicida?

Às vezes, algumas falas são soltas e, por parecerem tão óbvias, as pessoas tendem não dar atenção à elas, entretanto, fique em alerta com as expressões: “Quero desaparecer”, “Vou deixar todos em paz”, “Eu só quero morrer”, “Queria dormir e nunca mais acordar”, “Não aguento mais”, essas são as mais comuns.

Existem outras formas e sinais de identificar intenções suicidas e é importante observar esses alertas. Além disso, é preciso desmistificar a ideia de que pessoas que expressem um desejo de morrer, falam isso para chamar atenção ou que está fazendo graça.

Fique atento aos seguintes sinais:

  • Apresentar comportamento retraído, dificuldades para se relacionar com família e amigos;
  • Ter casos de doenças psiquiátricas como: transtornos mentais, transtornos de humor (depressão, bipolaridade), transtornos de comportamento pelo uso de substâncias psicoativas (álcool e drogas), transtornos de personalidade, esquizofrenia e ansiedade generalizada;
  • Apresentar irritabilidade, pessimismo ou apatia;
  • Sofrer mudanças nos hábitos alimentares ou de sono;
  • Odiar-se, apresentar sentimento de culpa, sentir-se sem valor ou com vergonha por algo;
  • Ter um desejo súbito de concluir afazeres pessoais, organizar documentos, escrever um testamento;
  • Apresentar sentimentos de solidão, impotência e desesperança;
  • Escrever cartas de despedida;
  • Falar repentinamente sobre morte ou suicídio;
  • Apresentar um convívio social conturbado;
  • Ter doenças físicas crônicas, limitantes e dolorosas, doenças orgânicas incapacitantes como dores, lesões, epilepsia, câncer ou aids;
  • Apresentar personalidade impulsiva, agressiva ou humor instável.

Mitos sobre o comportamento suicida.

  • A pessoa que já pensou em se suicidar, terá risco de suicídio para o resto de sua vida. Atualmente temos várias formas de tratamento para pessoas que possuem pensamentos suicidas. 
  • As pessoas que ameaçam se matar não farão isso, e querem apenas chamar atenção: A maior parte das pessoas que cometem suicídio falam ou dão sinais sobre o ato alguns dias ou semanas antes. Isso costuma acontecer frequentemente, e tanto os familiares quanto os profissionais da saúde devem ficar atentos a esses sinais.
  • Quando uma pessoa melhora ou sobrevive a uma tentativa de suicídio, ela está fora de perigo: Justamente o contrário. Quando uma pessoa acaba de passar por uma tentativa de suicídio, a semana seguinte é justamente o período em que ela está mais fragilizada.
  • Falar sobre suicídio pode aumentar o risco: Ter alguém para conversar é essencial, e a ajuda médica deve ser buscada. Ao receber queixas com esse teor, a família deve buscar ajuda profissional e orientar-se sobre como prosseguir.

Apoie o Setembro Amarelo e informe-se!

O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail, chat e voip 24 horas todos os dias.

A ligação para o CVV em parceria com o SUS, por meio do número 188, são gratuitas a partir de qualquer linha telefônica fixa ou celular.

Também é possível acessar www.cvv.org.br para chat, Skype, e-mail e mais informações sobre ligação gratuita.

Para conhecer nossas soluções, clique aqui.

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Saúde é, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), "um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a mera ausência de doença ou enfermidade”. A relação entre a saúde física e a saúde mental é unanimidade de acordo com os profissionais da saúde. O exercício físico pode melhorar a função das sinapses entre os neurônios aumentando o metabolismo das células neurais e o fornecimento de sangue no cérebro, o que gera crescente capacidade de processamento neural, ou seja, faz com que as células cerebrais se comuniquem melhor.

O corpo e a mente estão constantemente conectados.

Não podemos esquecer que nosso corpo está intimamente ligado ao nosso cérebro. O binômio “Corpo e Mente” está em constante conexão e, muitas vezes, um fala em nome do outro. Um estresse emocional muito grande como o luto pode modificar todo o metabolismo, alterando a ação de hormônios, a resposta de imunidade e, consequentemente, vários sintomas podem indicar que algo está em desequilíbrio. O processo de adaptação a uma nova realidade de si e do mundo, mesmo sendo cultural, familiar, e sem tempo certo de conclusão, requer cuidados especiais.

Entenda como o luto interfere na saúde do nosso corpo.

Muitos enlutados perguntam: “Por que depois da morte do meu filho eu desenvolvi diabete?”. Ou fazem comentários como: “Este mês tem sido muito difícil, vai fazer um ano que ela faleceu e além de não conseguir dormir, descobri que estou com a pressão alta”; “Depois que perdi meu marido fiquei doente, me deu uma crise renal violenta”. Estes e outros depoimentos nos permitem compreender quão avassalador é o processo de luto. Está enganado quem pensa que luto é só tristeza. Luto é um emaranhado de sensações, uma confusão de sentimentos, uma estrada difícil de percorrer para dar um novo significado à vida que fica. Estudiosos do tema “Morte e Luto” afirmam que este fenômeno é universal, natural, individual e esperado quando há o rompimento de um forte vínculo afetivo. Consideram ainda que o luto afeta profundamente várias dimensões da vida do sujeito, produzindo grandes impactos. A somatização e/ou doenças físicas também rondam os enlutados muitas vezes de forma traiçoeira.  Não devemos tomar como regra que todo luto afeta a saúde física, já que o processo é individual, mas é preciso atenção para quem está em luto ou acompanha quem está vivendo esse processo.

O que é saúde mental e qual sua relação com o luto?

Assim como diferentes fatores podem afetar a boa saúde física, há fatores que também podem abalar a saúde mental de uma pessoa, prejudicando sua sensação de bem-estar interno, a tomada de decisões, a resolução de problemas e até os relacionamentos. O conceito de saúde mental, segundo a OMS, está relacionado ao bem-estar psicológico, ou seja, a sensação de bem-estar e harmonia interna. Saúde mental abrange também a forma positiva de lidar e buscar soluções para os problemas do dia a dia e de manter relacionamentos humanos saudáveis. Um dos fatores capazes de abalar profundamente a saúde mental é a vivência de um luto. A experiência de perder alguém querido abala o equilíbrio interno e pode afetar temporariamente a capacidade da pessoa de dar conta do seu dia a dia e sua rotina.

Luto é considerado doença? Quais são os sintomas?

O luto é um processo natural de reação a uma perda importante. Luto não é uma doença, mas pode adoecer uma pessoa tanto física como mentalmente. É importante destacar que há sintomas físicos e psicológicos decorrentes da vivência do luto e eles não são sinais de doença, e sim sinais de luto, como:
  • Dificuldades para resolver problemas do dia a dia.
  • Falta de energia vital.
  • Desinteresse por estar com as pessoas.
  • Crises de choro.
  • Dores no peito (angústia).
  • Alterações no padrão de sono e apetite.
Quando o luto se torna mais difícil que o habitual ele é chamado de "luto complicado". Não existe tempo certo para superar a perda de alguém, pois depende de cada pessoa e como ela está enfrentando a situação. O chamado "luto complicado" acontece quando alguém não consegue seguir em frente após a morte de um ente querido, fazendo da perda um lugar central e de destaque na vida. Estas pessoas deixam de realizar suas atividades como trabalhar, ir ao mercado e todos os seus pensamentos e atos estão associados à perda. Isso geralmente acontece quando a morte foi abrupta, como acidentes, suicídio, tragédias e morte precoce de um filho.

Tristeza não é depressão!

Embora você possa não se reconhecer, possa estranhar tudo que está sentindo, é importante compreender que a vivência do luto pode provocar estes sentimentos e sintomas diferentes daquilo que você considera ser a sua normalidade. Levará tempo até que você possa se sentir bem internamente, mesmo que seja de uma forma diferente do que era antes. As sensações decorrentes do luto costumam oscilar bastante, ora estando menos intensas, ora mais intensas. Assim também há dias em que a pessoa enlutada consegue resolver algumas tarefas do cotidiano e outros dias ela não se sente capaz. Estas oscilações são esperadas e naturais.

Como cuidar da saúde durante o luto?

Às vezes, algumas falas são soltas e, por parecerem tão óbvias, as pessoas tendem não dar atenção à elas, entretanto, fique em alerta com as expressões: “Quero desaparecer”, “Vou deixar todos em paz”, “Eu só quero morrer”, “Queria dormir e nunca mais acordar”, “Não aguento mais”, essas são as mais comuns. Existem outras formas e sinais de identificar intenções suicidas e é importante observar esses alertas. Além disso, é preciso desmistificar a ideia de que pessoas que expressem um desejo de morrer, falam isso para chamar atenção ou que está fazendo graça.

Fique atento aos seguintes sinais:

É possível que alguém que já fazia algum tipo de tratamento para a saúde mental antes do luto perceba que sua condição psíquica piora durante o processo de luto, necessitando apoio médico com maior regularidade. É possível também que a vivência do luto desencadeie algum tipo de transtorno mental, mesmo que temporário como:
  • Crises de pânico
  • Depressão
  • Transtorno de sono e humor
  • Estresse pós-traumático
  • Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC)
  • Abuso de álcool e drogas
  • Transtornos alimentares
  • Ansiedade
Vale ressaltar que ter problemas com a saúde mental não é um sinal de fracasso pessoal. Todos estão sujeitos a maiores ou menores desequilíbrios da harmonia psíquica. Caso sinta a necessidade, procure um médico psiquiatra ou a ajuda de um psicólogo para que possam avaliar a condição de sua saúde mental neste momento e, se necessário, pensar em estratégias de como ajudá-lo a retomar o equilíbrio interno.

Como saber se meu corpo está sendo afetado fisicamente pelo luto?

Use as perguntas a seguir como um guia para identificar alterações, procure seu médico e tenha seus exames sempre em dia:
  • Como está sua alimentação? Você teve falta ou aumento de apetite?
  • Como está seu padrão de sono? Você tem tido dificuldades para dormir ou tem dormido além do que estava acostumado? (Sabemos que tanto a falta como o excesso de sono sinalizam alguma disfunção).
  • Como está o funcionamento geral do seu corpo? Percebeu alguma alteração?
  • Costuma ter inquietação física, não consegue ficar quieto(a) ou, ao contrário, se sente letárgico(a)?
  • Se sente exausto(a), com cansaço e boca seca?
  • Sente dor de cabeça frequente, palpitação ou taquicardia durante o dia?
  • Percebeu queda de cabelo, doenças de pele ou alterações hormonais?
Cuide de seu corpo e da sua mente. Seja generoso e compreensivo consigo mesmo. O autocuidado é o maior gesto de gentileza que você pode ter com você e com sua saúde. Para conhecer nossas soluções, clique aqui." ["post_title"]=> string(13) "Luto e Saúde" ["post_excerpt"]=> string(0) "" ["post_status"]=> string(7) "publish" ["comment_status"]=> string(4) "open" ["ping_status"]=> string(4) "open" ["post_password"]=> string(0) "" ["post_name"]=> string(12) "luto-e-saude" ["to_ping"]=> string(0) "" ["pinged"]=> string(0) "" ["post_modified"]=> string(19) "2024-06-27 10:28:05" ["post_modified_gmt"]=> string(19) "2024-06-27 13:28:05" ["post_content_filtered"]=> string(0) "" ["post_parent"]=> int(0) ["guid"]=> string(43) "https://cerejeiras.com.br/sitenovo/?p=15942" ["menu_order"]=> int(0) ["post_type"]=> string(4) "post" ["post_mime_type"]=> string(0) "" ["comment_count"]=> string(1) "0" ["filter"]=> string(3) "raw" }

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