Velórios

Músicas para acompanhar velórios e funerais.

Músicas são presença constante em nossas vidas, acompanhando-nos em todos os momentos, sejam eles de alegria ou de tristeza. Elas têm o poder de expressar aquilo que muitas vezes não conseguimos colocar em palavras, traduzindo nossos sentimentos em melodias e letras que ressoam em nossa alma. 

Em momentos de celebração, a música mantém a alegria e, em momentos de dor, como a perda de alguém que amamos, ela nos oferece consolo, além de ser uma forma de nos conectarmos com nossas emoções. Ou seja, até mesmo nesse momento tão difícil, há uma trilha sonora que nos guia no momento do luto, ajudando-nos a processar e a lidar com a ausência de quem partiu.

Sendo assim, entre os diversos aspectos que compõem uma despedida, a escolha das músicas é particularmente significativa. Elas têm o poder de evocar memórias, auxiliar na expressão de emoções e proporcionar conforto, seja por meio de uma canção que o falecido amava, seja por músicas que transmitem mensagens de paz e consolo. 

Neste texto, exploraremos a importância da música em funerais e discutiremos como selecionar as mais adequadas para a ocasião, garantindo que a despedida seja tão única quanto a vida que está sendo celebrada.

Músicas em velórios e funerais é uma antiga tradição.

O uso de músicas em funerais e velórios remonta a tempos antigos, com registros históricos que comprovam sua presença nesses rituais há milhares de anos. 

Para os egípcios, por exemplo, a música era uma forma de conectar os humanos aos deuses. Há diversos registros em tumbas e templos que mostram que, durante as cerimônias fúnebres, eles tocavam flauta, harpa e alaúde, pois acreditavam que a música faria com que o falecido ganhasse vida após a morte.

Na Grécia Antiga também havia a tradição de usar música em velórios e funerais. Era comum que os coros cantassem lamentos fúnebres para os presentes expressarem sua dor e para que o espírito se mantivesse acompanhado nessa passagem da terra para o céu. 

Desde então, a música continuou a evoluir como um elemento central nos ritos de passagem, variando conforme as culturas e tradições, mas mantendo sua função de consolar os vivos e homenagear aqueles que partiram.

Por que colocar músicas para acompanhar velórios e funerais?

Desde músicas religiosas até canções instrumentais, as melodias escolhidas para um funeral ajudam a criar uma atmosfera de reflexão, respeito e acolhimento. Elas têm a capacidade de tocar a alma, trazendo à tona sentimentos profundos que muitas vezes são difíceis de expressar verbalmente. 

Por isso, em um momento em que as palavras podem parecer insuficientes para expressar a dor da perda, a música pode ajudar a cumprir esse papel.

Além de oferecer suporte para a expressão emocional, a presença da música em funerais também é uma bela forma de homenagear o falecido. Ao escolher músicas que lhe eram significativas, a cerimônia se torna um espaço de reflexão autêntica sobre sua vida, suas particularidades e seus valores. 

Por exemplo, se a pessoa era apaixonada por um gênero musical específico ou tinha uma canção favorita, incluí-los no velório ou funeral pode ser uma forma carinhosa de honrar sua memória. Isso não apenas ajuda a personalizar a cerimônia, mas também proporciona aos enlutados uma conexão mais profunda com o falecido, permitindo que eles sintam sua presença de maneira mais forte e tangível.

Dicas de como escolher as músicas para um funeral ou velório.

A seleção das músicas para um funeral ou velório é uma tarefa delicada e que requer atenção cuidadosa. O primeiro passo é entender o tipo de cerimônia que será realizada.

É importante entender se o local da cerimônia é adequado para a trilha sonora desejada. Um espaço público, como um cemitério, terá regras próprias de convivência entre visitantes, que podem limitar o volume ou forma de apresentação da canção.  

Se for um funeral religioso, pode haver restrições sobre o tipo de música que pode ser tocada. Nesse caso, é importante consultar o celebrante ou líder religioso para garantir que as músicas escolhidas estejam em conformidade com as práticas da fé. 

Em cerimônias não religiosas, há mais flexibilidade, permitindo que a música reflita os gostos pessoais do falecido e das pessoas que estão organizando o velório e cortejo.

Outro aspecto a considerar é o tom que se deseja estabelecer durante o velório. Algumas pessoas preferem uma atmosfera solene e tranquila, enquanto outras optam por uma celebração da vida, com músicas mais alegres e vibrantes. 

A escolha da música deve, portanto, alinhar-se com o objetivo da cerimônia e com os desejos do falecido, caso tenha havido uma conversa prévia sobre o assunto. 

Em muitos casos, uma boa opção é criar uma playlist que inclua uma mistura de músicas introspectivas, que permitam momentos de reflexão, com outras mais reconfortantes, que ofereçam esperança e consolo.

Quais são as músicas mais tocadas em velórios e funerais?

As músicas escolhidas para tocar em velório e funeral variam amplamente dependendo das preferências culturais, religiosas e pessoais. No entanto, algumas canções são frequentemente escolhidas para essas ocasiões devido ao seu impacto emocional e ao seu poder de acolhimento por meio das letras e melodias. 

Uma das músicas mais populares em velórios e funerais é “Ave Maria”, seja em sua versão cantada ou apenas instrumental. Muitas pessoas a consideram reconfortante, por significar um pedido de auxílio e paz para a alma do falecido e para aqueles que estão sofrendo com a perda. Por essa razão, “Ave Maria” é uma música que transcende o âmbito religioso, o que contribui para sua popularidade em velórios e funerais.  

A melodia simples e a letra emotiva de “Amazing Grace”, de John Newton, ressoam profundamente em momentos de despedida, oferecendo conforto aos enlutados ao lembrar que, mesmo em tempos de dor e perda, a graça divina pode trazer esperança e paz. Essa música também transcende barreiras religiosas e culturais, sendo reconhecida e apreciada por pessoas de diferentes crenças como um símbolo de consolo e superação.

Para aqueles que são cristãos ou que acreditam em vida após a morte, a música “Além do Rio Azul”, de Carlos Moysés, traz uma bonita mensagem de consolo, sugerindo que a morte não é o fim, mas o começo de uma nova jornada em um lugar onde não há mais dor, sofrimento ou separação. Pelo contrário, “ali tudo é vida, tudo é paz”, conforme diz a letra.

 “Somewhere Over the Rainbow”, do havaiano Israel Kamakawiwo’ole, é outra canção popular no momento de luto. A beleza e suavidade da melodia composta no ukulele proporciona uma sensação de acolhimento e amparo, ajudando a acalmar o coração e a mente de quem acabou de perder um ente querido.

Para os familiares e amigos que desejam celebrar a vida e personalidade do falecido, “My Way”, de Frank Sinatra, é uma boa escolha de música para tocar em velório. O eu-lírico da canção conta sua história, dizendo que sua vida foi completa e da maneira que ele quis. Houve desafios pelo caminho, mas todos enfrentados de cabeça erguida. Assim, “My Way” se torna uma maneira de honrar essa personalidade única, deixando uma mensagem de força e determinação.

Outra música que serve para honrar a memória do falecido é “Wind Beneath My Wings”, de Bette Midler. Ela transmite a mensagem de que, embora a pessoa possa ter partido, sua influência e amor continuarão sendo os pilares para aqueles que ficaram.

É importante lembrar que as músicas escolhidas para tocar em um velório ou funeral continuam tendo um impacto significativo na vida de familiares e amigos, por isso é fundamental selecionar canções que ofereçam conforto e ressoem positivamente nos enlutados. Escolher músicas que tragam essa sensação de acolhimento, paz e significado pode ajudar a suavizar o caminho da dor e promover um espaço para a cura emocional ao longo do tempo.

 

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Se buscarmos o significado da palavra “finados” chegamos ao verbo “finar” (do latim “finis”), encontraremos as seguintes definições: acabar, finalizar, encerrar. 

Mas será que é possível encerrar um vínculo de amor? Como diz o poeta português Miguel Esteves Cardoso: 

Como é que se esquece alguém que se ama? Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver? Quando alguém se vai embora de repente, como é que se faz para ficar? Quando alguém morre, quando alguém se separa, como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está?

Essas são algumas das inúmeras perguntas feitas por quem está vivendo o rompimento de um vínculo significativo causado pelo falecimento de um ente querido, independente do tempo transcorrido. 

Vamos conversar um pouquinho sobre isso?

A intensidade do luto: impacto arrebatador das emoções.

Por mais que saibamos que a morte é algo intrínseco à vida, sua chegada ainda nos pega de surpresa. 

Os enlutados relatam que, ao serem comunicados do falecimento, é como se em um segundo o relógio o mundo virasse de cabeça para baixo e uma montanha-russa de sentimentos surgisse, trazendo revolta, medo, tristeza, insegurança, ansiedade, raiva, descrença, indignação, apatia, impotência, dificuldade de concentração, solidão, entre muitos outros.

Por essa razão, os especialistas em luto vêm apontando a necessidade de reconhecer as particularidades e individualidades desse processo. Cada um se aproxima e lida com a morte usando os recursos desenvolvidos ao longo da vida e com a história e a memória construídas com o ente querido. 

Por vezes são lembranças dispersas, esquecidas, como memórias ao vento.

Ou seja, todos sofrerão com tamanho impacto, mas a diferença está em como cada um lidará com esse momento.

Alguns podem buscar refúgio em rituais tradicionais de despedida, como velórios e funerais, encontrando conforto ao seguir as etapas que simbolizam a passagem da vida para a morte. 

Outros, no entanto, podem preferir se afastar desses ritos, optando por momentos mais privados de luto e reflexão. 

Além disso, há quem encontre na arte, na escrita ou até mesmo em atos de caridade formas de canalizar a dor, transformando-a em algo que traga significado ou que ajude a preservar a memória do ente querido. 

Independentemente da forma de enfrentamento, o que é fundamental é o reconhecimento de que não há um "certo" ou "errado" nesse processo. Cada passa pelo luto à sua maneira, e respeitar essas diferenças é essencial para oferecer o suporte adequado.

Sabemos que o luto não passa, nós é que passamos por ele. Ele é companhia eterna, porém a dor e o sofrimento não precisam ser. 

Permita-se transitar pela tristeza quando precisar, mas o importante é não fazer dela um lugar permanente.

O luto não precisa e não deve ser enfrentado sozinho.

Se você está vivendo uma perda, busque ajuda, se cuide, pois o luto é como um machucado que precisa de curativos permanentes. 

O enlutado costuma ter muita dificuldade de pedir ajuda. Muitas vezes, ele fica esperando o outro perceber suas dores e dificuldades. Não esqueça que a dor é sua e só você sabe o tamanho dela.  

Busque amigos que possam ouvir sem julgar o seu momento, ou procure grupos de apoio ao luto para compartilhar seus sentimentos e se sentir acolhido. Dê palavras à tristeza, porque o pesar que não se fala endurece o coração já tão sofrido.

Por outro lado, se você está acompanhando alguém que está vivendo um luto, se ofereça para fazer coisas práticas coisas do dia a dia: uma comida, um supermercado, uma farmácia, um pagamento. 

Essas ações práticas ajudam porque, do lado de fora, a rotina parece continuar normalmente, com as mesmas exigências diárias e a aparente normalidade do mundo ao redor. No entanto, para quem está passando pelo luto, essa continuidade pode soar dissonante, quase cruel num primeiro momento.

Às vezes, um simples abraço, o silêncio e a paciência para o outro falar podem ser muito significativos nesse processo. 

O que mais importa é ajudar para que o enlutado consiga criar um ciclo de adaptação e recomeço, no qual aprenda a viver com o que foi perdido, mas também com o que ainda há pela frente.

Já dizia o poeta: “a saudade é o amor que fica”.

Estamos nos aproximando de um período de muitas datas difíceis para quem perdeu um ente querido: finados, natal, ano novo. 

Essas reuniões costumam ser disparadoras de lembranças: leia nosso artigo Luto e Natal: o impacto das festas de final de ano no processo de luto das famílias sobre esse tema. 

Desse lugar de memórias e histórias é que eternizamos nossos amores, justificando, inclusive, nossa saudade que, como nos faz lembrar Lu Oliveira, “saudade tem nome e sobrenome, tem cheiro, tem cor, textura e gosto. Saudade é a vontade que não passa. É a ausência que incomoda”. 

Ao contrário do que se imagina, saudade não é falta, e sim a presença da lembrança, é a prova viva do amor. Aqueles que amamos não morrem nunca, eles vivem eternamente em nossa memória, enquanto forem lembrados e celebrados. 

Assim, vamos fazer dessas datas uma coleção de lembranças dos nossos amores e, se a saudade surgir, é a prova de que tudo valeu a pena.  

Qual o nome de sua saudade? 

Quais são as lembranças que você guarda desse amor? 

Quais memórias ao vento você consegue alcançar?

Se você quiser saber mais das ações de apoio ao luto que o Cerejeiras disponibiliza aos familiares de forma gratuita, entre em contato conosco pelo (11) 4040-5550 e se informe da programação. 

Este texto foi desenvolvido pelo Centro de Psicologia Maiêutica em colaboração com o Cerejeiras

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